«hesitei em publicar as cartas a mário soares», admitiu ontem maria barroso, durante a sessão de apresentação. «mas as cartas passaram por olhares terríveis da polícia política e agora irão passar pelos olhos dos meus queridos amigos», afirmou a antiga primeira-dama. «as cartas apenas revelam a ternura, o amor, a constância dessa ternura e desse amor; são as cartas de uma mulher para um marido com quem vive há 63 anos», exprimiu.
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maria barroso sublinhou que o jornalista do sol vladimiro nunes fez um «trabalho extraordinário» e admitiu ter ficado surpreendida com depoimentos de amigos que surgem na biografia. «estou quase em fim de estrada e comove-me olhar para trás; fiquei também extremamente sensibilizada e comovida com o que disseram de mim», afirmou.
o autor da biografia sublinhou que este «é um trabalho que envolveu afectos» e descobertas: «descobri um ser humano inteiro, divertido, com inteligência e argúcia muitos grandes».
o director do sol, josé antónio saraiva, lembrou que o semanário já tem tido experiência em termos de publicação de biografias e explicou que, em 2007, após a publicação das memórias de josé hermano saraiva, pensou que a próxima pessoa a biografar seria uma mulher «com histórias que atravessassem várias épocas». e, devido às suas qualidades humanas, surgiu, de imediato, o nome de maria barroso: «é uma mulher que sempre lutou pelos direitos dos outros e, em particular, pelos direitos das outras mulheres portuguesas». «para além disso, travou uma luta sem tréguas pela liberdade», avivou josé antónio saraiva.
