surgiu em 2004, numa residência de estudantes da universidade de harvard, e já conta com mais de 900 milhões de contas activas. está a revolucionar as relações sociais, a publicidade e a economia.
a última grande aposta da marca facebook, criada por mark zuckerberg, foi a entrada em bolsa – embora sem o sucesso previsto. a operação já deu origem a uma investigação devido às irregularidades durante o processo de oferta pública inicial (ipo) – a maior de sempre no sector da internet – e a empresa enfrenta acções judiciais. o banco morgan stanley, responsável pela ipo da rede social, também não escapa às críticas devido à revisão em alta do preço das acções dias antes da estreia em bolsa.
estima-se que o facebook já tenha perdido mais de 20 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros) desde a estreia na bolsa nasdaq. as acções, que foram colocadas a 38 dólares (30 euros), valem agora menos de 30.
futuro banco?
muitas especulações se têm feito sobre a possibilidade de o facebook poder vir a ser um banco – o maior de sempre. num futuro não muito distante mark zuckerberg pode vir a gerir as nossas finanças. segundo o site dailytech, ken rutkowski, observador da tecnologia e empresário de sucesso, previu que o facebook será o maior banco em 2015 devido aos créditos comprados para os jogos. «ouço vocês dizerem: ‘como é que pode ser um banco, o que está a acontecer?’. se jogar no facebook, onde 40/50 % do tempo é gasto em jogos, e os jogos – como farmville e mafia wars – forem pagos, temos de comprar os chamados ‘créditos do facebook’», explicou rutkowski.
tudo começou em 2009, com o lançamento experimental dos créditos do facebook, anunciados como «o caminho seguro e fácil para comprar coisas no facebook». inicialmente, a economia-base dos créditos – moeda-virtual em que cada unidade custa 10 cêntimos – limitava-se à diversão no mundo virtual. estes podem ser adquiridos com cartão de crédito, ou seja, gastando dinheiro real. os utilizadores compram créditos para jogar em aplicações como o farmville, para comprar barras de ouro imaginárias no mafia wars ou ramos de flores virtuais para colocar nas páginas de amigos. em vez de esperar, através do jogo, até alcançar um determinado número de pontos para adquirir, por exemplo, um armazém, o jogador pode comprá-lo com dinheiro real. esta nova forma de dinheiro digital era engraçada, mas essencialmente inútil para as actividades tradicionais. mas agora a moeda virtual está cada vez mais a tornar-se real.
segundo a revista forbes, a warner brothers, a miramax e a paramount já alugam filmes aos utilizadores por 30 créditos cada. pela primeira vez pode-se comprar algo que custa dinheiro na vida real usando a moeda social do facebook. além disso, tal como relembra a forbes, o facebook ganha comissões. as empresas que participem na economia dos créditos recebem 70 cêntimos por cada euro gasto nos seus produtos – os outros 30% são para o facebook.
será que os créditos do facebook se vão tornar na moeda global do futuro? nos eua já se podem comprar cartões de oferta com créditos do facebook no wal-mart, best buy e target. em inglaterra, esses cartões podem ser adquiridos na cadeia de supermercados tesco. por que não poderia o facebook usar os créditos como moeda real? na verdade, por que não poderia o facebook tornar-se num banco?
à primeira vista parece uma ideia estapafúrdia. mas se apenas um em cada cinco utilizadores do facebook comprar créditos, o facebook seria tão grande como paypal (o mais popular sistema de pagamentos na internet). assim que os utilizadores estejam habituados aos créditos, poder-se-ia fazer a transição para um banco tradicional. além disso, o facebook é o seu próprio banco de reserva, o que significa que tem o total controlo sobre o valor dos seus créditos. «é decidido que os créditos custam 10 cêntimos cada, por agora, mas o que vai acontecer quando a procura aumentar, para uma edição limitada ou para bilhetes do super bowl? gostava de ter nas minhas mãos alguns milhões de créditos. especialmente se puder usá-los para fazer compras na amazon», disse o jornalista dave martin num artigo da forbes.
o facebook anunciou que, em troca da visita às páginas de anunciantes ou do download de aplicações, vai oferecer créditos aos seus utilizadores para que se familiarizem com a moeda virtual. «uma variedade de fornecedores externos, u empresas e prestadores de serviços pode dar créditos do facebook», explicou à forbes nova spivack, um empresário de tecnologia. no entanto, o facebook terá de superar as preocupações dos consumidores quanto às normas de privacidade.
o que isto significa é que o dinheiro não é o único tipo de moeda que pode facilitar uma transacção. um novo conjunto de ferramentas de filtragem – através de uma base de dados que regista cada acção que fazemos no facebook – vai criando um mapa individual da nossa atenção, recursos e intenções. «vamos começar a ver uma nova economia emergente através dos meios sociais onde as moedas virtuais serão uma parte muito real da forma como as pessoas trocam e vendem informações, colaboram com ideias e serviços diversos», explica brett king à forbes.
segundo a business week, o facebook lidera tanto a internet – mais de 500 milhões de utilizadores passam mais tempo na rede social do que em qualquer outro site – como as aplicações dos smartphones. além desta base de clientes, o facebook tem os botões ‘like’ em todos os grande sites, tornando-se uma forma de avaliação de produtos.
embora muitos dos consumidores não estejam dispostos a ver um filme no facebook, certamente vão estar dispostos a comprar outros bens e serviços, pela simples razão de que será mais fácil e, possivelmente, ainda mais barato. que empresa não gostaria de ter a sua loja online a um clique de distância de 900 milhões de utilizadores no mundo inteiro?
quem já aderiu a este sistema foi o bradesco, o segundo maior banco privado do brasil, que criou o f. banking, permitindo ao cliente aceder à conta bancária através do facebook. por que criar esta aplicação se funciona através do formato de internet banking normal? porque as pessoas passam horas no facebook e a ligação entre a rede social e o banco permite aos utilizadores fazerem pagamentos enquanto conversam no chat. em menos de 24 horas, e sem publicidade, a aplicação f. banking teve 3 mil entradas.
cada vez mais utilizadores do facebook acedem à sua conta através de smartphones. o grande problema é que esta tendência pode diminuir a venda de publicidade, a grande fonte de rendimento da rede social. isso poderá mudar se a empresa de zuckerberg criar o seu próprio smartphone. para isso, zuckerberg já contratou dez antigos funcionários da apple, que desenvolveram o iphone. l