«a triste saga da mais decepcionante selecção do mundo» foram as palavras com que a revista time descreveu a inglaterra, que persegue um troféu internacional desde o mundial de 1966.
na partida inaugural, segunda-feira, em donetsk, os ingleses vão encontrar uma frança igualmente candidata, mas com um extra no seu passado recente: conquistas (mundial-1998 e euro-2000).
a ambos, porém, escapa o estatuto de principais favoritos. a selecção britânica chega ao euro com roy hodgson sentado no banco há pouco mais de um mês e com uma equipa encurralada no legado de fabio capello, o anterior seleccionador: presa na táctica, pouco dinâmica, previsível quando tem a bola e dependente de uma base envelhecida.
gareth southgate, antigo internacional inglês, resumiu ao daily telegraph o ambiente céptico que envolve a equipa: «acho que não estamos numa situação em que conseguiremos jogar melhor do que muitas equipas».
laurent blanc, que em campo se sagrou campeão mundial (1998) e europeu (2000), comanda agora uma selecção francesa que assenta o seu jogo na coesão defensiva e em ataques rápidos alimentados pela criatividade de ribéry e nasri e com um finalizador nato como benzema. uma fórmula que lhe vale, para já, 21 jogos consecutivos sem perder.
aos olhos de blanc, a onda de negativismo erguida em torno da inglaterra não passa de «um drama criado pela imprensa», deixando no ar uma pergunta em jeito de elogio a três adversários: «gerrard, young e milner não são bons jogadores?».
as duas equipas vão defrontar-se pela terceira vez em fases finais do europeu: em 1992, empataram sem golos; em 2004, a vitória caiu para o lado dos franceses (2-1).
recentes campeões em duelo
um dia antes, no domingo, estreiam-se os países que conquistaram as últimas três provas de selecções na europa e no mundo: espanha e itália.
os espanhóis de vicente del bosque têm a mente posta na revalidação do título conquistado em 2008, sendo consensual o estatuto de principais favoritos à vitória final. até cristiano ronaldo disse à marca que «se del bosque fizesse duas equipas, ambas seriam favoritas». a la roja traz ao europeu 19 dos 23 jogadores que venceram o mundial em 2010.
do outro lado estará a selecção que venceu o último troféu (mundial de 2006) antes da dupla conquista espanhola. «não temos medo», garante o médio da juventus claudio marchisio, que em 2008 viu de fora a squadra azzurra cair aos pés da espanha, nos quartos-de-final.
à atenção de portugal
na segunda jornada do grupo b, o de portugal, assiste-se a mais um duelo de gigantes: é na quarta-feira e frente-a-frente estarão holanda e alemanha.
longe vai a final do mundial em que a selecção laranja liderada por johan cruyff e orientada por rinus michels perdeu para os germânicos, em 1974, mas cuja mecânica daria resultados em 1988, quando a geração de gullit, rijkaard e van basten conquistou o europeu.
hoje a holanda volta a contar com jogadores talentosos, mas sem a força colectiva da alemanha, que quer voltar a erguer um troféu que lhe escapa desde 1996.