França e Inglaterra acabam (1-1) num empate

Uma cabeçada de Joleon Lescott fez o golo que, à meia hora de jogo, deu vantagem aos ingleses no duelo com a França. Até então, tinha-se registado uma oportunidade de golo para cada lado. Aos 39 minutos, e após várias tentativas, finalmente um remate de Samir Nasri chegou e parou na baliza.

mais um duelo de candidatos. frança e inglaterra inauguraram o grupo d do europeu e disputaram mais um capítulo de uma rivalidade histórica que transcende o próprio relvado. no lado britânico, começou o jovem oxlade-chamberlain, e a selecção inglesa colocou de início três extremos de origem.

à excepção da titularidade do jovem do arsenal, e que até era antecipada, ambas as selecções entraram em campo com as equipas que eram aguardadas. e foi no estilo que os ingleses começaram por impressionar.

nos amigáveis que disputaram antes do início do europeu – ambos acabaram numa vitória por um golo sem resposta -, a inglaterra apresentou uma estratégia assente na organização e solidez da equipa, com as linhas da defesa e meio campo juntas a defender, e sem arriscar muito a atacar.

hoje, porém, os ingleses começaram mais agressivos quando tinham a bola, procurando acelerar as suas trocas de passe, que insistiam em manter verticais, aproveitando as desmarcações que vários dos seus jogadores iam fazendo pelo meio da defensiva francesa.

aos 14 minutos, james milner correu na diagonal desde o flanco direito, fugiu pelo meio dos centrais gauleses e foi encontrar um passe de ashley young. só com lloris pela frente, o médio do manchester city optou por fintá-lo mas, com a baliza aberta, foi traído pelo seu pé esquerdo (milner é destro), e não acertou conseguiu rematar a bola para o fundo das redes.

dois minutos depois, a frança respondeu com outra fórmula: yohan cabaye rematou de longe para uma defesa difícil de joe hart.

pelo meio, os les bleus iam tentando superiorizar-se na luta pelo controlo da bola. a frança procurava fazer chegar a bola rápido aos seus jogadores de ataque, mas estes, depois, insistiam nas trocas de passes curtos, a um ou dois toques, porém, sem grande progressão no terreno, em parte também pelo ‘cerco’ que a defesa inglesa ia erguendo.

portanto, a solução eram os remates de fora-da-área. além de cabaye, nasri era quem mais tentava. e à terceira tentativa, um remate seu passou pela muralha inglesa e por joe hart, dando o golo do empate aos gauleses. foi o segundo tento na partida vindo dos pés, e da cabeça, de jogadores do manchester city.

estilos distintos, mesma intensidade

a segunda parte intensificou o que já antes se verificava: a intensidade e agressividade nas disputas de bola.

ambas as selecções não esmoreceram a sua procura pela baliza adversária, mas se a intensidade aumentou, também ficou mais notória a diferença de estilos que separa os ingleses e franceses nos momentos em que saem para o ataque.

os gauleses revelaram uma preferência por um ataque apoiado, colocando os jogadores bem próximos de si, procurando passes curtos e rápidos. mas esta preferência pela proximidade entre si fez com que os franceses tirassem benzema das zonas dos centrais ingleses, o que, por várias vezes, fez com que patrice evra ou mathieu débuchy, os defesas laterais, fosse ocupar temporariamente a posição de ponta de lança.

em suma, o que os franceses demoravam cinco ou seis passes a fazer, a inglaterra resumia, por seu lado, em dois ou três. 

ao sair para o ataque, a selecção inglesa privilegiava quase sempre passes mais verticais, não tanto para o lado ou para trás, procurando colocar logo a bola nos seus jogadores mais avançados. poderia perder mais vezes a bola, mas, nas ocasiões em que tinha sucesso, a inglaterra chegava muito mais rápido perto da baliza francesa.

até ao final, seria a frança a procurar mais um golo que desse a vitória, mas já sem a velocidade necessária para abrir buracos na defesa inglesa. assim, o encontro terminou com uma igualdade e abriu caminho para que a ucrânia ou suécia, em caso de vitória, possam esta noite assumir a liderança do grupo.

onzes iniciais 

inglaterra: joe hart; glen johnson, joleo lescott, john terry e ashley cole; james milner, steven gerrard, scott parker e alex oxlade-chamberlain; ashley young e danny wellbeck.

frança: hugo lloris; mathieu debuchy, adil rami, philip méxès e patrice evra; alou diarra e yohan cabaye; samir nasri, florent malouda e frank ribéry; karim benzema.

(artigo actualizado às 18h59.)

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