os polacos voltaram a encher o estádio de varsóvia, a capital do país, na tentativa de empurrar a sua selecção rumo à primeira vitória neste europeu. no encontro anterior, a grécia resistir e arrancar um empate. a experiência seguinte é a rússia.
o verdadeiro teste, porém, está virado para os polacos: defrontam a selecção que poderá ser a primeira a garantir a passagem aos quartos de final, a que mais golos marcou (quatro) até agora e a que foi a segunda melhor defesa durante a fase de qualificação.
este choque deu uns 15 minutos iniciais assentes em disputas de bola, pelo chão e pelo ar, mais dominadas pela luta do que pela organização. neste estilo, a polónia foi sublinhando a sua superioridade, mas sem que com ela se conseguisse aproximar muito da baliza russa.
só o conseguiu quando desenhou a primeira jogada com a bola sempre a rolar na relva, num percurso que só acabou na baliza de malafeev, e que apenas pecou por um ligeiro adiantamento de polanski, autor do remate final, que viu ser-lhe assinalado um fora-de-jogo quando já festejava o que pensava ter sido um golo.
o episódio passou-se aos 17 minutos, e daí para a frente ambas as equipas abrandaram o seu ritmo na luta pela posse de bola, que finalmente começou a passar mais tempo no relvado do que no ar. com isto, ganhou a rússia, que passou a aproveitar a sintonia da sua tripla a meio campo – todos do zenit são petersburgo -, para ir trocando passes à procura de espaços para libertar arshavin ou kerzhakov, na frente de ataque.
o golo só surgiu vindo de um livre, a partir da esquerda. vários jogadores russos ‘dançavam’ na área para tentar escapar à marcação dos polacos, mas seria um jogador vindo de fora da área a encontrar o cruzamento lançado por andrei arshavin. alan dzagoev fez de cabeça o seu terceiro golo no europeu, colocou a sua equipa em vantagem na partida.
míssil contra a corrente
a rússia trouxe para a segunda parte o domínio com que terminara a primeira.
a bola continuou a passar muito tempo em pés russos, que pelas faixas continuam a aproximar-se com facilidade da área polaca, onde, depois, teimavam em falhar no último passe, antes de um dos homens mais avançados poder rematar à baliza de tyton.
numa dessas falhas – protagonizada por arshavin -, os polacos recuperaram a bola e lançaram-se para um contra ataque rápido, que só kuba, o seu capitão de equipa, acabaria. e da melhor forma.
desde a ala direita do ataque, o médio do borussia dortmund conduziu a bola mais para o centro, mais perto do extremo da grande área, onde depois disparou um míssil em forma de bola que só as redes da baliza russa pararam. o disparo nada destruiu, mas repôs um empate no marcador e fez explodir (isso sim) as bancadas de alegria.
este momento parece ter causado uma mudança geral na cabeça dos russos. a atacar, os seus jogadores optavam quase sempre pela opção de passe mais difícil, insistindo em dificultar o que parecia ser fácil. arshavin destacou-se neste aspecto, ao errar várias vezes no último passe.
a polónia continuava a ser contagiada pela energia vinda das bancadas, e tentava voltar a furar a defesa russa com velocidade pelas alas, para depois tentar meter bolas em lewandovski, o gigante avançado da equipa. os russos conseguiram aguentar e, nos minutos finais da partida – e já com marat izmailov, do sporting, em campo -, abrandaram o ritmo, dando a entender que estavam satisfeitos com o empate, que os manteve na liderança do grupo a.
com este ponto conquistado, os polacos vão discutir com a república checa o apuramento para os quartos de final no derradeiro jogo do grupo. só um deles poderá seguir em frente, num grupo onde só a grécia vê mais negras as suas hipóteses de continuar em prova.
onzes iniciais
polónia: tyton; piszczek, wasilewski, perquis e boenisch; dudka e polanski; blaszczykowski ‘kuba’, murawski e obraniak; lewandovski.
rússia: malafeev; anyukov, berezoutski, ignashevich e zhirkov; denisov, zyrianov e shirokov; arshavin, kerzhakov e dzavoev.
(artigo em actualização.)