na segunda-feira, a vitória da ucrânia pôs termo à primeira série de oito jogos, e pelo meio houve vários aspectos que merecem destaque, todos com contornos positivos: a surpresa dinamarquesa, os golos em todos os campos e a esperança de um anfitrião.
dinamarca
os nórdicos foram sorteados no grupo da morte, e não lhes
era augurado um futuro risonho. porém, hoje estão na liderança e com boas
hipóteses de seguir para os quartos de final, à frente de alemanha e holanda,
que derrotaram no primeiro jogo, e de portugal, que amanhã defrontam. em 13
encontros com os dinamarqueses, a selecção nacional soma oito vitórias, mas nos
últimos cinco jogos, os nórdicos venceram três.
e contra os holandeses, deixaram sinais em tom de aviso:
coesos a defender e cautelosos mas eficazes a atacar, liderados por agger lá
atrás, por erikssen no meio e por uma tripla de atacantes, onde michael
khron-dehli se destacou, pela sua velocidade e eficácia de acções. e destaca-se
igualmente por ter saído dos seus pés um dos golos que, no último jogo da fase
de qualificação, derrotou portugal e obrigou a selecção a disputar um playoff.
cesare prandelli
pegar num problema e torná-lo numa solução, foi o que fez o
seleccionador italiano, quando recuou daniele de rossi, médio de origem, para o
centro de uma defesa a três, na partida que terminou com um empate com a
espanha. mas não foi só aqui que a squadra
azzura contrariou a la roja.
a sua agressividade a defender serviu de base para a
mentalidade atacante que apresentou durante toda a partida, o que lhe permitiu
chegar muitas vezes à baliza espanhola. em 90 minutos, a itália obrigou iker
casillas a defender o mesmo número de remates que defendera durante toda a fase
de qualificação – cinco.
uma semana antes do europeu, as novidades de mais um
escândalo de corrupção em itália chegaram a retirar um jogador da concentração
da equipa, domenico criscito. com o rejuvenescimento da equipa em curso e um
certo descrédito que acompanhou as previsões para este europeu, ninguém
esperava muito dos italianos. mas prandelli conseguiu alterar essa percepção
logo à primeira tentativa.
ucrânia
no que a polónia falhou, os ucranianos foram bem sucedidos:
entraram a vencer no euro. empurrados pelas vozes de milhares de adeptos em
kiev, a equipa nunca abrandou as suas rápidas saídas para o ataque, e
contrariou com esforço, entreajuda e alma a suécia, que fora o terceiro melhor
ataque na qualificação.
com as ‘tréguas’ entre ingleses e franceses, que empataram o
outro encontro do grupo, a ucrânia conquistou a boa posição que tem agora para
seguir em frente no europeu.
alemanha
não fez um grande jogo, mas manteve a frieza e pragmatismo que lhe valem triunfos quando a inspiração foge do relvado. às custas de portugal, acabou por ser o único dos crónicos candidatos à conquista do europeu que entrou a vencer na prova.
a holanda caiu com os dinamarqueses, e os outros quatro candidatos defrontaram-se e acabaram empatados.
golos
todas as oito partidas da prova tiveram golos. no total, foram
18 golos marcados, com destaque para os quatro que a rússia impôs a uma frágil
república checa, e os três com que a cróacia derrubou a irlanda de giovanni
trapattoni, o mais velho treinador em prova.
yvhen konoplianka e andriy shevchenko
o primeiro tem 22 anos e ainda actua no dnipro, que terminou na quarta posição da liga ucraniana. impressionou com o estilo repentino com que conduz a bola,aliado à velocidade e técnica com que parte da esquerda do ataque da ucrânia, escapando por várias vezes à marcação dos seus adversários. o segundo já é uma lenda do futebol do país.
shevchenko até nem esperava ser titular, mas começou de início e foi da sua cabeça que vieram os dois golos da vitória sobre a suécia. estes somaram mais números à sua história no futebol do país: é o melhor marcador de sempre pela selecção, o que soma mais internacionalizações e tornou-se o mais velho, aos 35 anos, a marcar dois golos no mesmo jogo de um europeu.