Dinamarca outra vez

Nos últimos seis anos, Portugal defrontou mais vezes os escandinavos do que qualquer outra selecção. É sempre favorito, mas só ganhou um em cinco jogos. Hoje há mais. [O jogo começa às 17h e pode ser visto na SIC e na SportTV 1]

a dinamarca de 2012 não interrompeu as férias, como há 20 anos, quando substituiu a jugoslávia à última hora para surpreender tudo e todos e acabar a conquistar o europeu de 1992.

esta dinamarca também tem um guarda-redes chamado schmeichel – filho de peter, lenda do manchester united e campeão pelo sporting, em 2000 –, também é de entrega máxima e também é perigosa. mas, pelo menos frente a portugal, será impossível apanhar alguém desprevenido.

nos últimos seis anos, não houve selecção que se tivesse cruzado mais vezes no caminho da equipa das quinas. quarta-feira, na segunda jornada do grupo b, encontram-se pela sexta vez desde 2006.

a vantagem dos escandinavos neste período é evidente: três vitórias, um empate e apenas uma derrota. nas campanhas para o mundial-2010 e para o euro-2012, primeiro com carlos queiroz como seleccionador nacional e depois com paulo bento, empurraram portugal para o playoff de apuramento. e antes, em setembro de 2006, num particular em brondby, tinham batido o conjunto orientado por luiz felipe scolari por 4-2, no primeiro triunfo de sempre sobre os portugueses.

não são necessárias mais apresentações. a superioridade individual da selecção das quinas é tão inquestionável como a colectiva é ilusória, até prova em contrário.

no duelo mais recente, em outubro passado, portugal só precisava de empatar em copenhaga para se qualificar para o euro-2012. voltou com uma derrota (2-1) e subjugado por um opositor sem metade dos atributos técnicos.

«portugal tem uma grande selecção e grandes jogadores, mas nós jogámos como equipa», explicou o lateral direito lars jacobsen.

o defesa central daniel agger, do liverpool, o médio criativo christian eriksen, do ajax, e o avançado nicklas bendtner, que esta época jogou no sunderland por empréstimo do arsenal, formam a espinha dorsal destes nórdicos duros de roer.

agger, antigo companheiro de equipa de raul meireles na cidade dos beatles, tem mais tatuagens do que o português. uma diz ‘a morte é certa, a hora incerta’, outra lembra que ‘a dor é temporária, a vitória é eterna’. é este o espírito que a selecção terá de contrariar.

depois de um estágio de preparação que incluiu uma derrota por 3-1 com o brasil (dois golos do portista hulk) e um triunfo por 2-0 sobre a austrália, a dinamarca estreou-se no euro 2012, sábado passado, com uma vitória de 1-0 frente à holanda.

rui.antunes@sol.pt