portugal está vivo no euro-2012, mas o diagnóstico é inconclusivo ao fim de duas jornadas: a selecção nacional tanto pode regressar a casa mesmo que ganhe domingo à holanda como seguir para os quartos-de-final se perder esse último encontro da fase de grupos.
com o sofrido triunfo de quarta-feira perante a dinamarca, por 3-2, a equipa das quinas redimiu-se da derrota por 1-0 com a alemanha e chega à ronda final no segundo lugar do grupo b, que dá acesso à fase seguinte.
é uma posição favorável, mas insuficiente para deixar o conjunto liderado por paulo bento a salvo dos dinamarqueses, que também levam três pontos, ou sequer dos holandeses, ainda a zero depois das derrotas frente aos escandinavos (1-0) e aos alemães (2-1).
há uma certeza, porém, que dá esperança a portugal: as conjugações de resultados mais realistas na derradeira jornada jogam a seu favor.
em caso de vitória sobre a selecção laranja, por mais ou menos expressiva que seja, só um triunfo da dinamarca por um golo de diferença, e com um mínimo de três marcados à alemanha (3-2, 4-3, 5-4…), deixaria a selecção nacional fora de combate.
por outro lado, se os germânicos baterem os dinamarqueses, como é de esperar, bastará à equipa portuguesa um empate ou uma derrota pela margem mínima pode chegar para continuar em prova.
já num cenário de uma igualdade com a holanda, os homens de paulo bento seguem para os quartos-de-final desde que a dinamarca não vença a alemanha, que precisa de pontuar para garantir o apuramento e a liderança do grupo.
destronar a mannschaft do primeiro lugar é uma missão ainda ao alcance da equipa das quinas, embora mais improvável. seria necessário vencer a holanda e esperar que a dinamarca ganhasse à alemanha por 1-0.
«não vamos fazer contas, mas pensar apenas em nós», prometeu fábio coentrão, já a perspectivar o duelo com sneijder, robben, van persie e companhia, e garantido que a selecção pode «jogar olhos nos olhos seja com quem for».
holanda em baixo de forma
o próximo rival é um velho conhecido, de boa memória para portugal. depois de ter sido deixado para trás na qualificação para o mundial de 2002, também caiu aos pés da selecção nacional nas meias-finais do euro-2004 (2-1) e nos oitavos-de-final do mundial-2006 (1-0).
portugal não perde com a holanda há mais de 20 anos, desde outubro de 1991 (única derrota em dez jogos), mas a equipa laranja, actual vice-campeã do mundo, não é de se fiar. e ainda menos com a temida armada ofensiva que apresenta neste europeu: só van persie fez o gosto ao pé até ao momento, mas robben, huntelaar, sneijder, van der vart, kuyt e afellay são perigos à solta quando o colectivo funciona. o que não tem sido o caso.
«há vários jogadores em baixo de forma», constatou o seleccionador bert van marwijk, após o desaire frente à alemanha. «os nossos extremos nunca ameaçaram, não existe coesão e há lacunas no nosso jogo colectivo. por isso, é muito difícil recuperarmos a bola».
três golos sofridos pelo ar
pelo menos no jogo aéreo portugal não deverá passar por tantas dificuldades como nos dois primeiros jogos. a holanda prefere jogar com a bola ‘colada’ à relva, o que pode amenizar o principal problema defensivo que a equipa nacional tem revelado. quer o golo do alemão mario gómez, quer os dois do dinamarquês nicklas bendtner foram marcados de cabeça.
paulo bento não mexeu no onze titular do primeiro para o segundo encontro e deu-se bem. dois dos jogadores mais criticados contra a alemanha, postiga e varela, marcaram à dinamarca. é previsível que, frente à holanda, insista na mesma equipa.