no pior dos cenários, o avançado do manchester united viajaria para o europeu para estar apenas 90 minutos a jogar futebol. no par de encontros já disputados no seu grupo, os restantes 22 ingleses convocados conseguiram um empate com os rivais franceses e arrancaram uma vitória sobre os gigantes suecos.
tudo somado, a inglaterra necessita apenas de outro empate para seguir viagem para os quartos de final. porém, hoje em donetsk, os milhares de vozes que vão encher o estádio lembrarão aos ingleses que pela frente lhes resta um adversário que precisa de uma vitória para seguir em frente. e terá o ‘seu’ público a empurrá-lo: a ucrânia.
para este encontro, wayne rooney é a nova carta no baralho inglês. em campo, só 11 poderão estar distribuídos, e face à garantia dada por hodgson, alguém na terá que sair para o avançado poder entrar. a escolha reduz-se a um par de opções, as duas que existe na frente do ataque inglês: danny wellbeck ou andy carroll, a dupla que começou a partida frente à suécia.
nesta disputa, a vantagem poderá estar em wellbeck. do seu lado está a convivência que durante a época teve com rooney no manchester united, onde ambos formaram, por muitas vezes, a dupla atacante da equipa.
com este par na mão, a inglaterra ganha uma dupla móvel no ataque, com os dois a poderem trocar na posição de avançado mais fixo entre os centrais adversários, e com o outro a movimentar-se para um dos flancos, para junto de um defesa lateral, abrindo espaços no meio.
ou recuando verticalmente no terreno, para vir receber a bola mais perto dos médio e dar a mais uma hipótese de passe a meio campo, para ajudar os médios da equipa a libertarem-se da pressão de jogadores adversários, quando necessário. neste aspecto, wayne rooney é exímio, e deverá ser essa a sua principal função, qualquer que seja o homem que o acompanhará no ataque.
esse outro homem poderá igualmente ser andy carroll que, tal como wellbeck, marcou um golo frente à suécia. neste ponto, estão iguais, e só divergem no que oferecem à equipa. e o gigante avançado do liverpool dá uma maior presença na área, e parece fazer com que a equipa procura ainda mais os passes pelo ar e lançamentos longos desde a defesa, à procura da sua cabeça e do seu corpo para segurar a bola e esperar que os restantes ingleses subam no terreno para o apoiar.
o problema aqui é a posse de bola. até agora, a inglaterra é a segunda selecção do europeu que, em média, teve durante menos tempo a bola. em percentagem, resume-se a 23%. em minutos, foram apenas 28, e atrás de sim está apenas a suécia.
os pés e a visão de jogo de rooney permitirão aumentar estes números, mas, com carroll em campo, a equipa tem sempre a tentação de recorrer ao passe longo como a solução mais fácil à qual recorrer. mas, mesmo forte fisicamente, carroll lutará sempre contra pelo menos dois defesas pela recepção da bola, e mesmo que a ganhe, tem que ter outros ingleses perto dele a apoiá-lo.
qualquer que seja a opção do seleccionador britânico, a equipa terá que preocupar-se mais em que a bola divide mais o seu tempo entre pés ingleses, e não em ucranianos, que do outro lado vão pressionar em busca de uma vitória, o único resultado que lhes dá o acesso aos quartos de final.