wayne rooney, aos 48 minutos, deu o golo solitário com que selecção inglesa derrotou a ucrânia, um golo que valeu a liderança final do grupo e, sobretudo, desviou a equipa do caminho da espanha nos quartos de final. pela frente estará antes a itália, também graças à derrota francesa no outro encontro do grupo.
a inglaterra apresentou-se inalterável na sua estratégia inicial, à excepção de um regresso que já ansiava há muito: wayne rooney finalmente entrou em campo no europeu, após cumprir a sua suspensão nos primeiros dois encontros da prova.
a sua presença, porém, pouco se notou na primeira parte. os ingleses mantiveram-se algo encolhidos no seu meio campo, mais preocupados em manter as suas linhas coesas e fechar os espaços à frente da defesa.
quando tiveram a bola, apostavam em enviá-la, através de passes longos, para ashley young ou james milner, os extremos da equipa, encostados à linha, que depois procuravam cruzar a bola para o centro da área. rooney ainda cabeceou uma dessas bolas, mas não acertou na baliza.
a ucrânia, com o seu capitão, shevchenko, empurrado pelo seu joelho para o banco de suplentes, teve neste altura mais bola e mais iniciativa quando teve que arrancar para movimentos atacantes. os ingleses podiam não atacar muito, mas, aqui, a sua organização dava provas a defender.
um dos caminhos que melhor taparam foi do lado de konoplianka, na esquerda. os ingleses pareciam avisados para os estragos que a sua velocidade e repentismo podiam causar, e obrigaram-no, tanto a ele como aos restantes ucranianos, a recorrer aos remates de fora da área. estes, invariavelmente, batiam no corpo de um qualquer inglês, ou passavam ao lado da baliza de joe hart.
este nulo servia à inglaterra, que se qualificaria caso a partida terminasse empatada. mas uma vitória era crucial para a ucrânia, que na segunda parte continuou a subir as suas linhas e arriscar mais no ataque, em busca de um golo que desatasse o marasmo que dominou a partida no primeiro tempo.
e bastaram três minutos da segunda parte isso mudar, mas pelos pés ingleses. aliás, pela cabeça de wayne rooney. aos 48, gerrard livrou-se um adversário junto à linha lateral, na direita, antes de lançar mais uma bola para a área ucraniana. pyatov, o guarda-redes, não a conseguiu agarrar, e esta acabou na cabeça de rooney, que tinha à sua frente uma baliza aberta.
a inglaterra tinha o que queria, e finalmente podia assentar a sua coesão defensiva sobre uma base, erguida por um golo. os ingleses fecharam-se ainda mais, e trocaram a sua dupla de avançados.
carroll entrou para fixar pelo menos um defesa central ucraniano e impedi-lo de apoiar a equipa no ataque, e a entrada oxlade-chamberlai visou explorar os espaços que a ucrânia deixaria aberto quando começasse a pressionar mais no ataque. a entrada de walcott também serviu este propósito.
nem a entrada de shevchenko na partida, para o último quarto de hora, mudou os números que o marcador apresentava. o capitão e mais internacional de sempre pela ucrânia despediu-se assim com uma derrota da sua selecção, que começou e prometeu muito ao início – com a vitória sobre a suécia -, mas acabou por sucumbir à superioridade dos seus adversários ingleses e franceses.
ficou com o mérito, ainda assim, de ter levado muitos a acreditarem que seria possível seguir para os quartos de final. longe disso não ficou.
onzes iniciais
ucrânia: pyatov; gusev, rakitsky, khacheridi e selin; tymoshchuk e garmash; konoplianka, devic e yarmolenko; milevsky.
inglaterra: hart; johnson, terry, lescott e cole; milner, parker, gerrard e young; rooney e wellbeck.
(artigo actualizado quarta-feira, às 12h58.)
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