Checos só falam de 96, nós queremos reedição de 2008

Ao final da tarde desta quinta-feira, a selecção portuguesa entra no relvado para voltar a disputar os quartos de final de um Europeu. Os checos recordam, nostálgicos e com saudade, o duelo de há 16 anos, quando Vítor Baía viu um chapéu de Karel Poborsky ultrapassá-lo e enviar a bola para a baliza. Mas vale…

hoje, a selecção comandada por paulo bento vai entrar no
relvado do estádio de varsóvia, na capital polaca, para reeditar algo que
sempre conseguiu nas quatro edições anteriores do europeu – disputar os quartos
de final.

o sorteio fez com que pela frente voltássemos a ter checos.
uns checos que em 1996 roubaram a oportunidade a uma geração de ouro, a sair da
casca da juventude – com luís figo, rui costa, joão pinto e paulo sousa pelo
meio -, de deixar uma marca ainda maior num europeu que se disputou em inglaterra. nesse dia, poborsky
encarregou-se de fazer o golo que afastou a selecção, e fez com que a república
checa continuasse até à final, onde só perderia com a alemanha.

análise: o retrato de uns checos lutadores, mas frágeis.

em 2004, no nosso europeu português, muitos esperavam que a
prova se decidisse, no derradeiro encontro, entre a selecção nacional e os
checos, que jogavam e encantavam os adeptos. mas no meio dessas perspectivas
surgiu a grécia, que deu a provar a tragédia primeiro aos checos, nas
meias-finais, e depois a portugal, na final.

quatro anos depois, na áustria e na suíça, o sorteio ditou que
no nosso caminho voltassem a aparecer os checos, e logo na fase de grupos. o
duelo aconteceu à segunda jornada, e acabou em vitória por 3-1 para portugal.

deste dia os checos não falam, preferem lembrar 1996. mas na
memória portuguesa, o resultado de 2008 não foi esquecido, e joão moutinho, um dos
que esteve em campo nesse dia e hoje também estará, fez questão de lembrar isso
mesmo. «derrota em 96? lembro-me mais da vitória em 2008», disse, ao referir-se
a uma memória que todos os portugueses terão mais fresca nas suas cabeças.

do último europeu, por exemplo, restam na equipa portuguesa
11 jogadores, entre nomes como cristiano ronaldo, raul meireles, pepe, hélder
postiga, nani ou ricardo quaresma. portanto, memória não faltará. nem tão pouco
do outro lado, onde, apesar de menos numerosos, ainda há resistentes desse
embate. são apenas cinco: petr cech, michal kadlec, tomas sivok, jaroslav
plasil e milan baros.

a partir das 19h45 estará em jogo o acesso às meias-finais,
onde portugal ou república checa ficarão à espera de quem vencer o duelo entre
itália e inglaterra, num outro embate dos ‘quartos’. 

onzes iniciais previstos

portugal: rui patrício; joão pereira, pepe, bruno alves e fábio coentrão; miguel veloso, raul meireles e joão moutinho; cristiano ronaldo, nani e hélder postiga.

república checa: petr cech; gebre selassie, tomas sivok, michal kadlec e david limbersky; tomas hübschmann e jaroslav plasil; petr jiracek, daniel kolar e vaclav pilar; milan baros.

diogo.pombo@sol.pt