luka modric: o
pequeno génio croata, o cérebro da estratégia da equipa balcânica, que elogios
recolheu para cedo saiu do europeu. os que faz com a bola nos pés não fica
atrás das parecenças que quase o fazem ser um clone físico de johan cruyff, a
antiga lenda holandesa. por ele passaram quase todas as bolas que a croácia
queria fazer chegar à baliza adversária. de cabeça levantada e com calma, era
em modric que a bola mais descansava em companhia croata, e de onde saia com
destino sempre certo para os pés de outro companheiro.
no último jogo, frente à espanha, mostrou também a sua
velocidade, dando à equipa mais uma hipótese para sair rápido em jogadas de contra-ataque,
e vários estiveram muito perto de acabar em golo. a sua selecção sofreu o
resultado de um sorteio azarento, ao ter ficado no mesmo grupo que italianos e
espanhóis. há quatro anos no tottenham, merece comandar o meio campo de uma
equipa europeia com maiores ambições.
mario mandzukic:
à frente de modric, no ataque croata, este avançado conseguiu em três jogos
marcar outros tantos golos. chegou ao europeu não tão conhecido o outro
avançado da equipa, nikita jelavic, do everton, mas sai com os holofotes mais
virados para si.
a sua rapidez, mobilidade e técnica nos pés surpreenderam
para alguém com 1,86m de altura. só aos 24 anos é que saiu do dinamo de zagreb
para o campeonato alemão, onde chegou com o papel de substituir edin dzeko, no
wolfsburgo. os adeptos do clube germânico não se deverão queixar. se já o
tiverem feito, mais se queixarão se o avançado abandonar o clube este verão,
face à boa imagem e exibições que deixou no europeu.
yevhen konoplianka:
perdido no dnipro, da ucrânia, está ainda este extremo de 22 anos. colado à
linha lateral esquerda do ataque dos anfitriões, konoplianka é um típico médio
rápido, que teima em conduzir a bola para o lado do seu pé predilecto, o
direito. os adversário não demoram a perceber esta tendência, e o que
surpreende é que, uma e outra vez, é o ucraniano que fica com a bola, até
arranjar espaço para rematar à baliza adversária.
será precisamente no remate que ainda tem que melhorar. é
forte e potente, mas ainda passa ao lado do alvo por demasiadas vezes. isso e
melhorar a sua imprevisibilidade, que terá de ser outra quando estiver num
campeonato mais exigente. porém, era a energia que electrificava a equipa
ucraniana e a esticava para o ataque. nem a soma milionária que o dnipro pede
pelo seu passe – a equipa é treinada por juande ramos, antigo técnico do
tottenham e sevilha -, deverá impedir konoplianka de se mostrar-se em relvados
mais no ocidente europeu.
michael krohn-dehli:
a selecção portuguesa já o conhecia. foi dele um dos golos que nos derrotou no último
encontro da fase de qualificação para o europeu, e nos obrigou a disputar o playoff de apuramento. a sua melhor fase
chegou aos 29 anos, hoje de novo no brondby, clube da ‘sua’ dinamarca, após
cinco anos em que pouco jogou no campeonato holandês.
alia à rapidez uma preocupação para fazer tudo certo em cada
acção que faz. marcou dois golos neste europeu e deu outro a marcar, e foi
sempre uma das armas que manteve os dinamarqueses até ao fim na corrida pela
passagem aos quartos de final.
roman shirokov:
outro que está a reclamar atenções tardiamente na sua carreira. aos 30 anos, o
russo finalmente assumiu um papel de destaque no meio campo da sua selecção. a
frieza com que a bola permanece colada nos seus pés impressiona tanto como a
sua capacidade de se aproximar da área adversária para tentar remates à baliza.
marcou cinco golos esta época na liga dos campeões pelo
zenit e um outro neste europeu, onde pecou do mal que afectou quase toda a
selecção russa: a excessiva lentidão e calma. surpreende ainda mais o facto de,
durante grande parte da sua carreira, ter sido utilizado, de recurso, como
defesa central. foi nessa posição, por exemplo, que disputou e venceu a final
da liga europa com o zenit, em 2008.
alan dzagoev: no cska de moscovo, tem funções de organizador de jogo, de número 10, o homem em que a bola sempre tem que passar. tudo com 22 anos. na selecção russa que teve no europeu, foi encostado à direita. não tem a rapidez de um extremo, mas ainda assim conseguiu marcar três golos, e assim ainda é um dos melhores marcadores da prova.
tanto os russos como os moscovitas encaram dzagoev como a principal esperança do futebol do país, esperando-se que irrompa pelo marasmo que já começa a notar-se numa geração trintona.
jakub blaszczykowski:
o seu difícil nome é simplificado na alcunha de ‘kuba’, que adoptou no futebol.
o capitão da selecção polaca não chegou ao europeu como um desconhecido – foi
muitas vezes titular nas duas últimas épocas no borussia dortmund, bicampeão
alemão.
liderando uma equipa, anfitriã da prova, da qual pouco se
esperava, conseguiu aguentar a polónia na luta pelos ‘quartos’ até aos últimos
minutos da fase de grupos, muito por culpa, por exemplo, do golo que marcou à
rússia, um dos melhores que ficará na história deste europeu.
aos 26 anos, partilhou com os seus companheiros a garra e
raça que abundavam na equipa, mas a sua rapidez na ala direita não foi
suficiente para levar o país ao seu objectivo, que era escapar ‘com vida’ à
fase de grupos. já se fala no interesse do liverpool na sua contratação.