em resposta a um requerimento do eurodeputado diogo feio (cds), o comissário europeu para os transportes, siim kallas, elogia essa solução, «atendendo à actual situação económica».
a ce lembra que desde 1997 apoiou com dinheiro (16,6 milhões de euros) a realização de estudos para a construção de um novo aeroporto na área de lisboa porque a portela ia chegar ao seu limite a breve prazo. no entanto, o contexto económico e financeiro fez não só o próprio governo português mudar de ideias, como fez o mesmo a bruxelas.
a suspensão do projecto do novo aeroporto internacional de lisboa em alcochete foi uma das primeiras decisões do actual primeiro-ministro, poucos dias depois de tomar posse, em junho do ano passado.
o governo pretende, então, alargar o aeroporto da portela e reconverter uma base aérea em aeroporto low cost – segundo imposição da troika. segundo o sol já noticiou, a decisão deverá recair sobre a base aérea do montijo.
há dois meses, passos coelho visitou a base do montijo e confirmou que esta é «uma das possibilidades de pista de apoio à portela». «queremos evitar que o país tenha de despender uma soma demasiado avultada para um novo aeroporto, que esperemos não venha a ser necessário, sobretudo na próxima década» – afirmou, na altura, o primeiro-ministro.
financiamento mais limitado
a construção do novo aeroporto em alcochete iria ser financiada em 170 milhões de euros por bruxelas, mas o comissário siim kallas esclarece, também na resposta ao eurodeputado diogo feio, que essa verba já «foi transferida para o financiamento de outros projectos».
o novo aeroporto low cost poderá beneficiar de fundos comunitários, mas apenas ao abrigo da rede de transeuropeia de transportes (rte-t) porque, na futura reprogramação de fundos, a zona de lisboa deverá ser classificada de «região desenvolvida» e terá menos direito a verbas do feder (fundo europeu de desenvolvimento regional).
neste caso, a percentagem de financiamento comunitário dependerá da proposta que o governo apresente e da sua capacidade negocial. no feder, a percentagem de comparticipação da ue chegava aos 75%.