Negócios em português

Luanda acolhe, no próximo dia 6 de Julho, uma importante conferência da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP).

o evento marca o fim da presidência angolana da organização, criada em bissau, em 2009 – e a passagem de testemunho a moçambique. e vai servir para debater estratégias de afirmação e cooperação internacional das empresas e associações de empresários dos países lusófonos.

a conferência, na qual vão estar membros dos governos dos diferentes países da cplp, vai permitir a troca de experiências entre os participantes, e ajudará a divulgar casos de sucesso de empresas que falam português. ela ocorre num momento em que, por razões diversas, dois estados da cplp assumem um protagonismo crescente na cena económica e empresarial mundial: angola e brasil.

o programa, aliás, reflecte essa realidade. entre as empresas cujos presidentes vão fazer apresentações, estão casos de sucesso como o bai, a sonangol ou a odebrecht. de foram dos painéis ficam empresas dos restantes países da cplp, ainda que muitas assumam, tenham assumido ou possam vir a assumir um papel de relevo na cena económica e nos negócios mundiais.

ainda assim, participarão nos debates associações empresariais de moçambique – uma ‘potência potencial’ na cplp – e portugal – o ‘berço’ histórico da língua que, afinal, une os países da organização. também os empresários brasileiros em angola (aebran) estarão nos painéis.

a cplp, pelo contexto mundial que vivemos – em particular a crise instalada na europa e a mudança do eixo clássico de ‘poder ocidental’, com o oriente e áfrica a ganharem cada vez mais peso –, vive uma oportunidade única de se afirmar no espaço económico da globalização. e este facto prevalece para lá da constatação de que angola e brasil são, neste momento, os países lusófonos mais bem posicionados para ‘puxar’ o comboio do potencial económico que tem no português a língua-mãe.

o mundo está de olhos postos nestes dois países – por razões económicas e políticas. e os restantes membros da cplp devem contribuir, cada um na sua medida, para o seu sucesso – porque numa comunidade que prossegue fins comuns, o bem de uns é o bem de todos.

a portugal, por exemplo, cabe o papel de facilitador da inserção dos seus pares na europa. não aproveitar a sua presença na ue para este efeito seria um erro histórico negativo para todos.