Controladores aéreos vão cancelar a greve

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da NAV e o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, chegaram hoje a uma plataforma de entendimento, disse ao SOL o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA). Os trabalhadores da empresa reunirão hoje à noite com os sindicatos e tudo aponta para que a paralisação de cinco dias que…

este entendimento entre os trabalhadores e o governo evitará o cancelamento de 2646 voos que iriam afectar cerca de 400 mil passageiros nos aeroportos de lisboa, porto, faro, açores e madeira, segundo dados da ana – aeroportos de portugal enviados ao sol.

as reuniões entre os trabalhadores e o ministro da economia começaram ontem e durante o dia de hoje álvaro santos pereira comprometeu-se a olhar com atenção para a situação específica da nav no que concerne aos cortes salariais e de custos. «o ministro propôs a criação de um grupo de trabalho que irá reflectir sobre esta situação», disse ao sol vítor mesquita, do sitava.

os representantes dos trabalhadores aceitaram a proposta do ministro, tendo-a considerado um passo em frente nas negociações. neste momento está a ser redigido um documento comum que deverá ser aprovado esta noite pelos mil trabalhadores da nav, onde está previsto o cancelamento da greve.

a especificidade da nav

as medidas de austeridade impostas pelo executivo às empresas do sector público esbarraram na especificidade da nav. tudo porque quanto mais a nav gasta, mais dinheiro entra em portugal. «as tarifas praticadas pela nav às empresas de aviação estão directamente ligadas aos custos. ou seja, quanto mais gastarmos mais dinheiro entra de países estrangeiros, pois 85% das nossas receitas provêm do exterior», explica ao sol um elemento da comissão de trabalhadores.

de acordo com os dados da comissão de trabalhadores, os cortes impostos pelo governo à nav iam retirar ao país 75 milhões de euros nos próximos três anos. «o governo comprometeu-se a ponderar esta situação, pois terá de avaliar os prejuízos para o país resultantes dos cortes na nav», refere vítor mesquita.

por outro lado, o estado não gasta dinheiro nenhum com a nav, pois a empresa é auto-sustentável. ou seja, os cortes nos custos não beneficiam em nada o objectivo de redução do défice orçamental e da dívida pública.

frederico.pinheiro@sol.pt