‘Ópera do Falhado’ no Teatro São Luiz [vídeo

Desde que, em 2008, o músico JP Simões levou ao palco do São Luiz a Ópera do Falhado, que tinha outro projecto musical em mente.

conversou com o então director artístico do teatro e combinou escrever o texto para o levar à cena. mas salaviza abandonou o são luiz e a ideia adiou-se. há um ano, o novo director do teatro, josé luís ferreira, endereçou-lhe novo convite para levar o texto ao palco. jp simões refez o guião e assim nasceu a íntima farsa, que se estreia a 27 ficando até 30 de junho na sala principal do são luiz, encenada por victor hugo pontes e interpretada por jp simões, carla galvão, joana manuel e manuel mesquita. a música é assinada por marco franco e jp simões (autor das canções).

joão é um escritor que, com a mãe extremamente doente, atravessa uma crise existencial, recorrendo a um psicanalista. à medida que descarrega as suas frustrações, vamos conhecendo as pessoas à sua volta: a mulher, com quem discute violentamente, a amiga da mulher, à beira de um ataque de nervos, o marido desta, drogado nas horas vagas, que trabalha no hospital onde a mãe de joão está internada, tal como_aurélia, uma paciente que levita.

«esta é uma peça que fala de sonhos», diz jp simões. «não é uma apologia da psicanálise, é até um pouco corrosiva. quis pegar nos arquétipos mais profundos, como o édipo, para ver como vivemos numa crise de valores profunda. qual é o teatro das crises colectivas? é dentro da cabeça de cada um. é aí que se passa a farsa». no meio disto, há canções. «que, inspiradas nas ballad operas, como a ópera dos três vinténs, de brecht, entram na peça com naturalidade, não como um momento extraordinário». deambulações entre o sonho e o real, numa farsa que é a de todos nós.

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rita.s.freire@sol.pt