Portugal perspectivado: um elogio americano

Não é uma lista de desculpas, não é uma máquina de lavar nem é o advogado do diabo. A partir dos Estados Unidos, o site SB Nation, dedicado ao desporto, olha para o Euro 2012 e para a selecção portuguesa em perspectiva e lança um pouco de água fria para os que insistem nas críticas…

o título do texto de ryan rosenblatt deixa adivinhar ao que o autor vem: «não chorem por portugal: euro 2012 mais um sucesso para o pequeno país». «portugal não saiu mais cedo de novo. na verdade, de certo modo conseguiu o improvável, algo que vem sendo um hábito há mais de uma década», arranca depois o texto. «portugal, incrivelmente, conseguiu mais uma vez ir longe num grande torneio, continuando a superar todas as probabilidades ou o senso comum», sugere-se, em resposta aos críticos que dizem que portugal caiu precocemente.

ryan rosenblatt pergunta: «mas será que portugal caiu mesmo precocemente? caiu precocemente a partir de que expectativas?». e depois explica: «as expectativas de que um país com 10 milhões de habitantes deveria competir com espanha, que tem uma população de 47 milhões? que deveria produzir tantos jogadores de qualidade como os 60 milhões de italianos ou os 81 milhões de alemães?».

a comparação é depois feita no sentido inverso: «portugal tem a população da bélgica ou da hungria, mas o mundo espera infinitamente mais».

depois da apresentação dos argumentos, os números. as fracas prestações internacionais durante décadas, a que se seguiram presenças de qualidade nos últimos tempos. ryan rosenblatt destaca a ‘geração de ouro’ que desde 1996 tem estado presente em quase todos os campeonatos do mundo e da europa, indo bastante longe nalguns casos e desde a qual de multiplicaram grandes jogadores no topo do futebol mundial: «foi uma revolução completa no futebol português que o levou de onde esteve durante décadas e ainda podia estar até esta potência mundial que está completamente fora do lugar».

«portugal tornou-se um menino favorito para a comunicação social e para fãs de todo o mundo. em parte por causa dos holofotes que vêm com super-estrelas mundiais como figo e agora ronaldo. jogadores transcendentes trazem expectativas elevadas, daquelas normalmente irrealmente elevadas», acrescenta-se, para depois se concluir: «um país de 10 milhões de pessoas jogou contra o campeão do mundo e da europa em título e ficaram empatados durante 120 minutos, não afortunadamente, mas taco a taco».

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