Macau: a lança portuguesa na Ásia

A abertura da China e a emergente classe média do país deverão fazer do gigante asiático o principal emissor de turistas para o mundo nos próximos anos, acredita a Organização Mundial de Turismo. A China é hoje o terceiro maior emissor mundial, atrás da Alemanha e EUA.

num país com 1,3 mil milhões de habitantes em 2011, 70 milhões viajaram para o estrangeiro, mais 20% que em 2010, segundo números da academia de turismo da china. estima-se que até 2015, as viagens de longo curso de chineses subam em média 7,7% ao ano, de acordo com a european travel comission.

para ‘puxar’ algum deste fluxo e promover as trocas turísticas, a associação portuguesa das agências de viagens e turismo assina amanhã, em macau, um protocolo com três congéneres chinesas.

o presidente, pedro costa ferreira, reconhece que a china ainda é pouco representativa no turismo em portugal. mas acredita que «o melhor ainda está para vir», ainda que para isso seja preciso diminuir a burocracia na atribuição de vistos, ter voos directos e promover bem o país no mercado chinês.

«é claramente um mercado com potencial», concorda o presidente da associação da hotelaria, que esteve recentemente num fórum de turismo em macau. para miguel júdice, a relação histórica com aquele território deve ser «a lança de portugal na ásia». e sugere: «o ano 2013 marca os 500 anos dos primeiros contactos dos portugueses com a china. esta efeméride é importante para o arranque de uma relação mais forte com a china a nível turístico».

portugal não é o único país de olho neste mercado. o anterior governo espanhol tinha lançado em julho de 2011, o plano turístico china que visava captar um milhão de chineses até 2020. e no início deste ano, sevilha tornou-se na primeira cidade europeia a promover-se como ‘amiga de turistas chineses’.

ana.serafim@sol.pt