Férias sim, mas poupadinhas

Reservas estão iguais às de 2011. Mas férias são mais curtas e em destinos próximos

julho já vai a meio e, por enquanto, parece não se notar quebras significativas nas reservas turísticas. a expectativa do sector é que os portugueses continuem a fazer férias, mas com menos custos, optando por períodos mais pequenos e destinos mais próximos.

«o número de reservas alcançado situa-nos já praticamente em linha com o verão anterior», indica fonte do grupo abreu ao sol, sublinhando que «em relação a 2011, os preços deste ano reflectem uma ligeira quebra». e detalha que, em portugal, os destinos preferidos são o algarve – que tem «idêntico volume de reservas ainda que a preferência por uma semana de férias, em vez de duas, seja este ano ainda mais expressiva»–, madeira e açores. espanha, marrocos, cabo verde e tunísia lideram no estrangeiro.

«as reservas para os meses de julho e agosto estão dentro do que prevíamos», aponta também fonte da rede de agências top atlântico. «os preços não baixaram de forma relevante», continua, notando que «os portugueses optam por destinos de proximidade, com preços entre os 500 e os 1500 euros», ainda que «não se assista a um crescimento proporcional do destino portugal em detrimento de destinos no estrangeiro».

nos últimos períodos de férias, os operadores têm ajustado a oferta colocada no mercado e apostado nas promoções para reservas antecipadas ou nos preços pagos pelas crianças, por exemplo. a tendência das primeiras semanas do verão parece confirmar o cenário já traçado pela associação portuguesa de agências de viagens e turismo: quedas não tanto no volume de passageiros, mas sim na facturação das empresas.

também a hotelaria previu «um verão complicado» este ano, com 65% dos hoteleiros inquiridos pela associação do sector (ahp) a acreditar que o preço médio por quarto vendido será inferior ao da época alta de 2011. «para manterem uma taxa de ocupação e estadas médias idênticas às do ano passado, os hoteleiros terão de baixar preços», indica a ahp.

por exemplo, nos grupos pestana e vila galé, as reservas bem como os preços estão ao mesmo nível do ano passado, ainda que tenha havido promoções. «mas a diferença do mix de clientes, o aumento do iva e a diminuição dos consumos extras vai gerar uma quebra de receita de 7% a 8%», para o vila galé, contabiliza o director de marketing e vendas, gonçalo rebelo de almeida.

as taxas de ocupação previstas para julho «devem rondar os 90% na maioria dos hotéis» no vila galé, e os 83% no pestana, «ligeiramente abaixo de 2011», segundo fonte oficial do grupo. e para já, ambos os grupos notam quebras no mercado espanhol e português – na ordem dos 15% e 10% respectivamente, no vila galé – e crescimentos nos mercados tradicionais, como alemanha ou reino unido.

ana.serafim@sol.pt