o aeroporto da portela já está a rejeitar novos voos por falta de espaço, revela ao sol o presidente cessante da ana – aeroportos de portugal. e, segundo este gestor, a situação vai piorar nos próximos anos, devido à decisão do governo em adiar sine die a construção do aeroporto em alcochete.
«o aeroporto já está a recusar voos por não haver o espaço mais adequado» às exigências das companhias aéreas, refere guilhermino rodrigues. o que está a acontecer é que quando as companhias aéreas solicitam espaço para aterrarem e levantarem voo nos horários mais rentáveis, a administração da ana está a ser obrigada a recusar o investimento, porque não tem espaço para os aviões operarem.
o gestor antecipa que a situação irá agravar-se nos próximos anos e quantos mais passarem, mais voos serão recusados pela companhia. a partir de 2017, a indisponibilidade da portela será praticamente total: «o aeroporto tem uma capacidade para 17/18 milhões. a partir daí poderá acolher novos passageiros, mas com pior qualidade e conforto», sublinha.
uma das soluções a ser estudada pelo governo é a expansão do aeroporto, para se chegar a 52 movimentações por hora (descolagens e aterragens), mais 14 do que as 38 actuais, tal como o sol avançou no dia 1 de junho. para tal, o governo irá negociar com a força aérea uma solução para diminuir o impacto dos voos militares nas actividades comerciais.
outra das hipóteses, segundo um plano de reestruturação realizado pela própria ana, passa por ganhar mais terreno para alargar as possibilidades de movimentação e estacionamento das aeronaves – o principal problema da portela, segundo guilhermino rodrigues.
o presidente da ana alerta, no entanto, para os encargos orçamentais destas soluções. «o custo é cada vez maior», considera. ou seja, soluções proporcionadas pela engenharia não faltam, mas há falta de espaço. uma expansão da capacidade da portela poderá, por exemplo, implicar expropriações, aumentando o custo da empreitada._se o problema não for resolvido, a portela «vai naturalmente» recusar mais voos.
presidente vai sair
guilhermino rodrigues vai abandonar a liderança da gestora de infra-estruturas aeroportuárias nacionais, onde está desde 2005. o dirigente, que integrou os governos do socialista antónio guterres entre 1996 e 2001, finalizou o mandato em dezembro de 2010 e não será reconduzido pelo executivo de coligação do psd-cds. «tenho muitos desafios reservados para o futuro», remata.