na terra que viu nascer os chinelos inspirados no modelo zori japonês, exactamente há 50 anos, cada habitante terá pelo menos 25 pares, todos produzidos na maior fábrica de chinelos do mundo, em campina grande, no nordeste do brasil. foi ali que se transformaram folhas de borracha nos 206 milhões de pares de chinelos vendidos em 2011. contas feitas, «são seis pares de havaianas produzidos por segundo e 700 mil por dia».
a crescente procura destes chinelos, que em 1962 foram apelidados de calçado do povo, levou a que a marca aprovasse a construção de uma nova fábrica, para o final de 2012. «permitirá produzir cem milhões de pares adicionais e irá gerar três mil novos postos de trabalho», revela fonte oficial da havaianas. situar-se-á a sul, no estado de minas gerais.
não deformam e não têm cheiro
quando as havaianas nasceram, a sola era bicolor (azul e branca) e as tiras, azuis. a evolução para os chinelos coloridos deveu-se a um problema técnico: um lote de chinelos de praia, que deviam ter sido produzidos na sua cor tradicional, o azul, acabou por sair verde. foi nesse momento que se passou a produzir as tiras em amarelo, vermelho ou preto.
às cores acrescentou-se um slogan chamativo – ‘não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras’ – e o que eram uns simples chinelos de praia passaram a ser considerados um produto de primeira necessidade pelo governo brasileiro, «que começou a fiscalizar o seu preço como fazia com o arroz». vivia-se a década de 80, quando os chinelos eram vendidos em sacos de plástico, nos supermercados, junto às prateleiras dos detergentes.
conquistada a classe de trabalhadores brasileira, o target das havaianas passou a ser a classe média. não é por isso de estranhar que uns chinelos de adulto custem 12,90 euros, mas haja pares a custarem 160. «o modelo mais caro tem as tiras com cristais swarovski cosidos manualmente por artesãs brasileiras».
estes cristais, tal como alfinetes e tiras em todas as cores e larguras, podem ser conjugados tendo como base a colecção completa de solas, à medida de cada cliente. o conceito chama-se myoh, ‘make your own havaianas’.
mas a novidade para o próximo inverno são as galochas desenhadas através de uma parceria que a marca ainda não pretende divulgar. «serão dois modelos muito irreverentes e cheios de glamour». além destes, haverá as galochas mais curtas e as galochas de criança, «dos produtos mais pedidos no ano passado».
estarão disponíveis na loja online, criada em 2010, em 85 países – como portugal – ou no havaianas space, uma loja de 300 metros quadrados, situada em são paulo, onde se encontram todos os modelos.
francisca.seabra@sol.pt