os números dos festivais não me surpreenderam. na santa casa, tive muitos pedidos de apoio a muitos festivais.
e fui ao rock in rio onde pude comprovar que muitas pessoas não quiseram prescindir daqueles momentos de boa música e de diversão.
o rock in rio não teve mais espectadores do que em edições anteriores. julgo que teve menos. é isso que interessa: comparar os números deste ano com os dessas outras edições dos mesmos festivais.
considero que o clima em que se vive de muito pessimismo e uma considerável dose de estupidez justifica que as pessoas façam um esforço para se distraírem de tudo o que têm de aturar e ouvir no dia-a-dia. para utilizar a expressão do fmi, estão com ‘a fadiga do ajustamento’…
começa hoje em maputo uma cimeira da cplp. com a europa estagnada, os países lusófonos podem ser uma boa alternativa para as nossas empresas e os nossos quadros?
alguns dos países da cplp oferecem, neste momento, boas, ou mesmo excelentes, oportunidades de trabalho e de investimento. o país anfitrião desta cimeira , moçambique, é um excelente exemplo.
mas entendo que devemos, acima de tudo, pensar nas oportunidades de investimento que portugal pode oferecer.
oportunidades de trabalho? não é fácil, como sabemos, nos próximos tempos. mas devemos ‘pensar portugal’.
cada vez mais turistas nos visitam e em diferentes regiões, por diferentes razões. com mérito da comunidade científica – e, também, do anterior governo – desenvolvemos significativamente as novas tecnologias, criando, inovando e gerando valor acrescentado.
devemos meditar no que sucedeu com alguns sectores tradicionais, como o têxtil. era dado como perdido em 2005, com o desaparecimento das barreiras aduaneiras, mas soube reestruturar-se e manter-se competitivo.
os sinais dados pelas nossas empresas exportadoras são, por outro lado, uma bússola para a nossa economia: especialização, inovação, diversificação nos mercados-alvo.
angola, moçambique, cabo verde e brasil são grandes parceiros económicos de portugal. com cabo verde – que tem sido menos falado – há muito trabalho a fazer em conjunto , nas áreas do mar, do turismo, da energia e da formação.
ninguém tem o direito de desistir de portugal. aproveitar as oportunidades em países-irmãos não tem, obviamente, esse significado. mas, nestes momentos, não são demais os apelos para que cuidemos da nossa terra.
como viu as declarações de d. januário torgal ferreira, que acusou o governo de ser «profundamento corrupto» e classificou alguns ministros de «diabinhos negros»?
são inaceitáveis , mesmo intoleráveis, essas declarações do bispo capelão das forças armadas. e mais o são por ter essa responsabilidade.
as forças armadas estão, por definição, à margem das querelas político-partidárias. são, até, um elemento de união e de identidade do orgulho pátrio. um bispo da igreja católica nas forças armadas tem, por definição, responsabilidades acrescidas.
até hoje, nem o mais radical dirigente partidário de oposição alguma vez se atreveu a dizer tais palavras sobre um qualquer governo. valores como os do respeito ou do amor pelo próximo, da humildade, da solidariedade, onde terão ficado?
se estas palavras não tiverem consequências, será um sinal muitíssimo preocupante. tudo tem limites!
onde vai passar as férias?
não sei ainda onde vou passar férias. e, mesmo que soubesse, não o diria. na verdade, a privacidade é um bem valioso. às vezes, por nós ou pelas circunstâncias da vida, podemos demorar a entendê-lo. mas é!
por isso, nunca sei se consigo passar férias cá ou se tenho de o fazer fora de portugal. para não ser incomodado, por exemplo, com fotografias na praia, de paparazzi quase sempre simpáticos mas nunca bem-vindos.
há algum tempo, cavaco silva fez um apelo para os portugueses passarem férias em portugal. teve razão. e os nossos estabelecimentos turísticos, em dificuldades, por exemplo, com o iva, bem agradecem que seja essa a escolha de quem pode tomar essa decisão. agradecem e merecem.