as palavras de andreu mas-colell, o responsável pela pasta
da economia no executivo regional, estão hoje a varrer as manchetes da imprensa
espanhola. entrevistado pela cadeira de televisão britânica, e questionado
sobre se a catalunha necessitaria de um resgate financeiro, o dirigente
respondeu: «sim. na situação actual, a catalunha não dispõe de outro banco sem
ser o governo espanhol».
e prosseguiu: «é a vida, toda a gente conhece a situação dos
mercados, somo contribuintes de espanha, e é normal que tenhamos que recorrer
aos serviços bancários do tesouro espanhol». no mês passado, e de acordo com os
dados revelados pelo banco de espanha, o el
país situava a dívida da catalunha nos 42 mil milhões de euros, a mais
elevada de todas as regiões autónomas do país.
só até ao final deste ano, a região terá que liquidar cerca
de 7 mil milhões de euros. só ao governo central, a catalunha deve 303 milhões
de euros, um montante que corresponde aos exercícios de 2008 e 2009.
assim, a catalunha poderá tornar-se na terceira região –
depois de múrcia e da comunidade valenciana -, a accionar o fundo para a liquidez
autónoma (fla), um mecanismo criado pelo governo espanhol para o resgate das
economias das suas regiões autónomas. a sua capacidade rondará os 18 mil
milhões de euros, segundo o el mundo.
mas o suposto e iminente pedido de ajuda catalão ainda não
foi confirmado, e está até a ser negado por francesc homs, um porta-voz do
executivo regional, que evitou sequer utilizar a palavra ‘resgate’.
«estamos a recorrer às linhas de crédito que a administração
central do estado oferece. considerar este tipo de acesso às linhas de liquidez
como um resgate é um erro», defendeu, antes de explicar que «a ideia de resgate
ou intervenção têm uma conotação catastrófica».