e o que melhor do que o clube onde mais brilhou na europa,
terá pensado galliani. entre 2003 e 2009, o internacional brasileiro actuou no
clube milanês, onde rubricou exibições em campo que lhe valeram, fora dele, a
conquista da bola de ouro, em 2007.
o brasileiro que, em parte – a outra parte foram as lesões -,
ajudou ao fim do reinado de rui costa em milão, ao relegar o português para o
banco de suplentes nas últimas épocas em que esteve no clube, antes de se mudar
para o benfica, em 2006.
agora, o seu tempo em madrid parece ter terminado. um tempo
que muitos esperavam que tivesse sido um reinado quando, em 2009, kaká se mudou
para a capital espanhola, num negócio que levou os ‘merengues’ a pagarem 68,5
milhões de euros ao ac milan. as expectativas eram altas, mas a desilusão foi
ainda maior.
na sua primeira época, treinado por manuel pellegrini, o
brasileiro era a estrela que todos esperavam que brilhasse. porém, as lesões
impediram-no de fazer mais do que 33 jogos e marcar nove golos, pouco para um
jogador de quem se esperava uma liderança até aos títulos. nessa época, não
conquistou nenhum.
no ano seguinte, já com josé mourinho, marcou sete golos no
s 20 encontros em que esteve em campo. na época passada, surgiu em oito vezes
com sucesso nas 40 presenças que registou, quase todas elas, contudo, após
começar os jogos no banco de suplentes, sempre na sombra de mezut özil, o
alemão que lhe ganhou quase sempre a corrida na luta pelo lugar de organizador
de jogo da equipa.
na semana passada, mourinho comunicou que não contava com
ele. três anos aquém das expectativas culminam agora na obrigação de procurar
outro clube. e adriano galliani foi rápido a chegar-se à frente: «há alguns
amores que nunca acabam, dão grandes voltas e depois regressam», disse esta
quarta-feira, citado pelo desportivo marca, em relação a kaká.
os responsáveis do ac milan poderão encarar o retorno do
internacional brasileiro como o melhor antídoto para serenar os protestos já
vociferados pelos adeptos ‘rossoneri’.
em menos de dois meses, os adeptos perderam as ‘velhas
guardas’ da equipa – pippo inzaghi, gennaro gattuso, clarence seedorf, gianluca
zambrotta e mark van bommel -, e, mais recentemente, viram o seu clube vender
thiago silva e zlatan ibrahimovic ao psg por 65 milhões de euros.
uma fuga de estrelas que só o regresso de uma outra poderá
neutralizar. aos 30 anos, kaká já não tem o fulgor que encantou em relvados
italianos, com incansáveis correrias, com a bola no pé, que empurravam a equipa
para a frente.
mas o seu retorno ao ac milan poderá motivar outros nomes do
futebol europeu a ingressarem no clube, que entre vendas e saídas, está a
começar esta época com um plantel desfalcado de grandes nomes. até os adeptos
já terão exigido que o clube lhes devolva o dinheiro dos lugares de época que
compraram no estádio de san siro.