Ulrich critica custos excessivos dos consultores internacionais escolhidos pelo Governo

O presidente do Banco BPI criticou hoje os custos que o banco tem que suportar com os consultores internacionais escolhidos pelo Ministério das Finanças e pelo Banco de Portugal, defendendo que sejam escolhidos consultores portugueses.

«É lamentável numa altura em que estamos a reduzir custos, e em
boa parte custos com pessoal, ter que andar a pagar milhões de euros aos
consultores externos, alguns que vêm de Londres, o que se torna ainda mais
difícil de perceber, já que nem à zona euro pertencem», afirmou Fernando
Ulrich, presidente do BPI, na conferência de imprensa de apresentação dos
resultados semestrais.

«Só por causa do plano de capitalização tivemos 2,3 milhões de
euros de custos com os consultores escolhidos pelo Ministério das Finanças.
Mais 200 mil euros para o programa de inspecções do Banco de Portugal. No
total, desde o ano passado, a factura dos consultores escolhidos pelas
autoridades portuguesas chegou a 5,3 milhões de euros», revelou Ulrich.

«Lanço aqui um pedido às autoridades portuguesas para que utilizem
menos consultores e, se tiver mesmo que ser, que sejam portugueses. Prefiro ter
concorrentes a analisar o banco do que estrangeiros, para que o dinheiro não vá
para fora», sublinhou.

E reforçou: «Também é frustrante ter que fazer reuniões com o
Governo do meu país em inglês, por causa destas situações. Nunca me tinha acontecido
e torna-se irritante».

Lusa/SOL