a cerimónia prometia. envoltos em secretismo desde o início dos preparativos, apenas alguns números foram sendo revelados ao público, nos últimos dias. aqui ficam uns quantos: o espectáculo custou cerca de 34 milhões de euros, contou com 10 mil voluntários e 965 ruidosos tambores.
um ruído saudável que terá embalado os presentes nos pedaços de história que foram revisitados em pleno estádio olímpico. a cerimónia começou campestre, com o verde a imperar no recinto, onde montes e prados construídos eram povoados por trajes tradicionais, e lembrar a inglaterra do século xviii.
fotogaleria: algumas imagens do espectáculo da cerimónia.
depois, a evolução lembrou quiçá o maior berço criado pelo reino unido: o da revolução industrial, que estenderia até quase 1850, já um século à frente, e que se contagiaria pela europa fora. no recinto, começaram a brotar chaminés da terra, enquanto os milhares de figurantes, até aqui sincronizados, iam enrolando os tapetes de relva que pouco antes davam o cenário.
com chaminés e fumo a subirem, outros tantos figurantes surgiam igualmente do solo, agora com roupas sujas e cinzentas, típicas da industrialização. não tardariam a movimentar instrumentos e mecanismos a retratar a época, juntando peças e estruturas. resumidamente, juntando o que depois daria origem aos famosos cinco arcos que há décadas foram o símbolo tradicional dos jogos olímpicos.
não estranhe se viu a cerimónia e tudo aqui lhe parece vago e resumido. aqui rendemo-nos à clara evidência – por palavras é impossível descrever um espectáculo que nem o ecrã de televisão deixou apreciar ao máximo, apesar dos esforços de constantes panorâmicas e ângulos vistos de longe, para dar a entender a grandiosidade do que se viveu em londres.
uma grandiosidade que, ainda assim, foi buscar um pormenor do que o cinema cravou na cultura britânica, e porque não dizer, mundial.
o espectáculo no recinto era interligado com momentos de vídeo e, às tantas, houve uma homenagem a james bond, o personagem dos livros de ian flemming, hoje muitas vezes apelidado do espião mais famoso do mundo. daniel craig, actor que hoje lhe dá corpo em filme, teve a honra de contracenar durante um par de minutos com a rainha isabel ii – foi a primeira vez que a monarca apareceu numa curta-metragem.
depois, até mister bean, personificado por rowan atkinson, apareceu para conferir uns toques de humor à festa, aquando do momento do interlúdio musical.
antes, uma outra homenagem lembrou o national health service, o serviço nacional de saúde inglês, um marco para a inglaterra que proporcionou um outro para os jogos olímpicos, quando mais de 2 mil enfermeiras entraram no recinto para participarem na coreografia.
quase 100 chefes de estado assistiram das bancadas. nós, entre os milhões e milhões que vão assistindo à cerimónia, enviamos o agradecimento do sol a danny boyle, realizador inglês – trainspotting e quem quer ser bilionário? são filmes seus -, responsável pela criação e organização do espectáculo.
até ao momento (21h53), a mescla entre o espectáculo ao vivo e a cinematografia está a formar uma cerimónia que ficará na memória de todos. entretenimento é a palavra de ordem, por aqui ficamos. afinal, a cerimónia é para todos. e sejam bem-vindos aos jogos olímpicos de 2012.