Michael Phelps, o mais medalhado de sempre

Michael Phelps é o atleta olímpico mais medalhado de sempre. O norte-americano foi ultrapassado nas últimas braçadas da final dos 200 metros do estilo mariposa pelo sul-africano Chad Le Clos. O ouro, aqui, fugiu-lhe, mas, nem uma hora depois, chegaria mesmo na prova dos 4×200 livres em estafetas. E vão 19 medalhas olímpicas, 15 das…

as circunstâncias fizeram deste dia o mais aguardado, até agora, dos jogos olímpicos. 

phelps começara as suas braçadas em londres a desiludir. nos 400 metros estilos viu-se ultrapassado na final por três outros nadadores, ficando de fora das medalhas. aí, quem mais vantagem lhe ganhou foi um dos que, esta terça-feira, o ajudaram a alcançar a histórica marca de 19 medalhas olímpicas.

ryan lochte foi o primeiro norte-americano a saltar para a piscina e a nadar 200 metros. logo aí os eua ganharam vantagem, numa margem que perduraria até à última dupla centena de metros, que coube a michael phelps percorrer. 

na última viragem, nos derradeiros 50 metros, o francês yannick agnel – que dera a vitória aos gauleses nos 4x100m – ainda conseguiu encurtar a distância para phelps. o seu esforço surpreendeu, mas não chegou para tirar o nome do norte-americano de mais uma página na história da natação e das olimpíadas.

a frança terminaria a prova no segundo lugar, seguida da china que conseguiu ‘roubar’ o bronze à alemanha nos últimos 200 metros.

antes, uma prata também histórica

minutos antes, michael phelps já entrara na piscina olímpica. o apelidado ‘bala de baltimore’ – sua terra natal – disputou os 200 metros mariposa, numa final que recolheu atenção para descobrir se era desta que o norte-americano saia da água com uma medalha de ouro.

quase todos os 200 metros percorridos foram de phelps. porém, um ‘quase’ presente na frase não costuma abonar nada de bom para o protagonista. e, de facto, só no último par de braçadas se vaticinou um outro destino para esse protagonismo.

a escassos metros de tocarem na parede da piscina olímpica, chad le clos ultrapassou phelps e roubou-lhe um ouro que ainda não atingira nestas olimpíadas. a emoção, logo aqui, foi evidente: o sul-africano esbracejava em efusivos festejos perante o olhar sério do norte-americano, que não fugiu a um outro olhar, atento, dos fotógrafos.

le clos terminou com um tempo final de 1:52.96, mais rápido do que os 1:53.01 de phelps. a medalha de bronze foi para o japonês takeshi matsuda, que foi apenas 20 centésimos de segundo mais lento que o norte-americano: 1:53.21.

minutos depois, a emoção voltaria. no mais alto dos lugares do pódio, o jovem sul-africano, de 21 anos, esforçou-se para conter as lágrimas que inundavam os seus olhos enquanto ouvia o hino nacional do seu país. 

lágrimas quiçá empurradas pela consciência de que acabara de privar o melhor nadador de todos os tempos de celebrar, com ouro, o seu feito histórico. phelps, ao seu lado, ia revelando uns tímidos sorrisos.

uma história feita de ouro

com este par de medalhas, phelps primeiro igualou, e depois superou, o recorde de larisa latynina, uma antiga ginasta da era da união soviética cujas participações nas olimpíadas das décadas de 50 e 60 lhe permitiram coleccionar 18 medalhas.

em apenas uma hora, o nadador aumentou para 19 as suas medalhas olímpicas. em três delas estará o nome de londres cravado, duas de prata e outra de ouro. 

no total, as suas braçadas, dividas entre três jogos – antes esteve em atenas (2004) e pequim (2008) -, valeram-lhe 15 medalhas de ouro, duas de prata e outras tantas de bronze.

diogo.pombo@sol.pt