sem luz, na penumbra, em todas as cidades se destacam obras ou edifícios icónicos, dos que depois abundam em postais visados aos turistas. bem no centro do estádio olímpico, em versão miniatura, estavam vários: o big ben, a torre de relógio que se ergue de um lado do rio tamisa, o london eye, a famosa roda-gigante, mais recente, que o ladeia na outra margem, e ainda tower bridge, a mais famosa ponte da cidade.
fotos: algumas imagens da cerimónia.
a circular em seu redor, numa azáfama ensaiada mas pitoresca do que a realidade atira diariamente para o centro de londres, estavam dezenas de carros, a ilustrar a hora de ponta. a rush hour, dita em inglês, da qual os londrinos se devem hoje orgulhar, encarando-a de fora, como um espectáculo, mas que todos por certo odeiam quando o tráfego os encurrala nas ruas da cidade.
esta confusão orquestrada só foi interrompida por winstron churchill, histórico primeiro-ministro inglês durante a segunda guerra mundial, aqui retratado por um actor cuja voz – e parecença, com o típico chapéu e charuto na mão – em tudo fazia lembrar o antigo político.
tudo junto, ali, aos olhos de 80 mil pessoas espalhadas pelas bancadas, de onde vinham os não raros flashes das máquinas fotográficas, a disparar raios de luzes, ansiosos por gravar imagens para noutros tempos recordar o que hoje se está a viver em londres.
e vive-se uma despedida, um terceiro adeus da cidade a outras tantas edições que já acolheu de jogos olímpicos.
no centro do estádio, repleto de símbolos, convergiam oito caminhos, que por sua vez simbolizavam as oito faixas que constam na bandeira britânica, a union jack, assim conhecida pelos habitantes do reino unido. nos 17 dias que hoje culminam, a equipa britânica foi a terceira mais medalhada nos jogos – acabou com 65, acabando apenas com a china (87) e os eua (104) à sua frente.
sempre a acompanhar esteve a música, de início pelos stomp, o famoso grupo especialista em sincronizar-se numa percussão feita com objectos, à partida, nada musicais, e depois com nomes como os madness ou os pet shop boys. antes, pois claro, ninguém escapou a ouvir o god save the queen, hino britânico.
e porque os jogos, sendo de todos, são principalmente vividos por quem os disputa, o estádio abriu depois as portas a todos os atletas que estiveram presentes em londres.
hoje sem a seriedade e formalismos da cerimónia de abertura, o que mais se viu foram os sorrisos, a alegria e o convívio entre os quase 10 mil atletas que encheram o recinto do estádio. tudo à mistura, numa desorganização quiçá até incentivada. viver o momento, deveria ser a ordem.
lá pelo meio andará tiago pimenta, um de dois portugueses responsáveis pela única medalha (de prata) que sai desta olimpíadas com as cores nacionais. coube ao canoísta carregar a bandeira portuguesa, quando todas as comitivas entraram no recinto.
como há 17 dias, aqui se diz de novo que a cerimónia é para todos. estima-se que à volta de um bilião de pessoas tenha assistido a esse espectáculo. cole-se à televisão então, é o melhor que tem a fazer para, agora, ser um do outro bilião que estará a fazer o mesmo.
e até daqui a quatro anos, no rio de janeiro.