a decisão de
morsi é, até agora, a mais drástica medida na luta pelo poder que o presidente
mantém com as chefias militares desde o fim de junho, quando se tornou o
primeiro líder democraticamente eleito no egipto.
um porta-voz
do presidente, falando à norte-americana cnn,
sublinhou que a decisão «respeita os procedimentos legais e a constituição» do
país, acrescentando que, tanto tantaui como anan, foram nomeado conselheiros
oficiais do presidente.
abdel fattah
al-sisi, chefe dos serviços secretos militares, por outro lado, foi já indicado como o novo
ministro da defesa do egípcio.
a par de
ordenar a retirada das figuras militares, morsi cancelou a emenda
constitucional que, a 17 de junho – dias antes de ser eleito -, tinha sido
promulgada pelo scaf, e que depositava nas mãos dos militares o poder
legislativo até que novas eleições se realizassem, além de restringir os
poderes presidenciais.
esta emenda
foi substituída por um artigo constitucional, redigido e aprovado num referendo
realizado em março de 2011, como explica o diário egypt independent. o artigo estipulava que, uma vez eleito, seriam
transferidos para o novo presidente os poderes do scaf.
embora
incertas, a emenda impunha restrições que impossibilitavam morsi de, por
exemplo, ordenar quaisquer reformulações nos quadros militares
já em julho,
mohamed morsi desafiara o scaf e tantaui para um braço de ferro que poucos
desenvolvimentos conhecera até hoje.
primeiro,
ordenou que o parlamento, eleito nas legislativas de março mas dissolvido pelos
militares em junho, devido a uma alegada inconstitucionalidade, se voltasse a
reunir. esta ‘ousadia’ levou à intervenção do supremo tribunal egípcio,
liderado por uma antiga figura do regime de hosni mubarak, ao avisar o
presidente que a decisão de dissolver o parlamento «era vinculativa para todas
as instituições».
porém, no
domingo passado, a imagem dos militares saiu debilitada após os ataques que
ocorreram na península do sinai, em vários postos fronteiriços entre o
território e israel, alegadamente da autoria de milícias islamitas. no total,
16 mortes e um rasgo de fragilidade caído na chefia militar do país, que morsi
parece agora ter aproveitado.
ainda se
desconhece a reacção de hussein tantaui à manobra de mohamed morsi.