desde há muito que se usam aparelhos emissores de radiação electromagnética, como os rádios, as televisões, os computadores, os microondas, etc. mas ninguém anda com estes aparelhos junto à cabeça. e por alguma razão se recomenda não estar muito próximo dos aparelhos de televisão. e quem trabalha intensamente com computadores queixa-se de dores de cabeça e perturbações da visão. mas ainda ‘a procissão vai no adro’ e faltam algumas dezenas de anos para se poder, com objectividade, conhecer as consequências do que é feito nesses campos.
um grupo de peritos da comissão europeia até já definiu uma ‘síndrome de hipersensibilidade electromagnética’. isto sem falar no paralelismo que se pode estabelecer com o tabaco, pois só ao fim de dezenas de anos foi possível comprovar, científica e indiscutivelmente, os seus malefícios – enquanto as companhias tabaqueiras procuravam, em grandes e dispendiosas campanhas publicitárias, negar aquilo de que não só suspeitavam mas que já sabiam ser verdade, como é hoje notório. foram depois obrigadas a alterar a sua publicidade, além de terem sofrido, sobretudo nos eua, graves processos judiciais. como sucedeu com o tabaco, as grandes empresas do sector das telecomunicações reduziram ou cortaram os subsídios à investigação nesse campo. por que terá acontecido?
o uso de sistemas de mãos livres ou de alta voz, embora recomendável, reduzirá em cerca de 50% a exposição da cabeça às radiações do telemóvel. mas não diminuirá o perigo de acidentes de viação, pois a falta de atenção ao trânsito mantém-se…
as capas para telemóveis, com os seus filtros, parecem também reduzir o nível de radiação electromagnética recebida. mas existem dúvidas sobre a sua eficácia real, podendo mesmo ser contraproducentes, pois que, constituindo barreiras à propagação das ondas, levam a aumentar a potência do telemóvel. finalmente, deve evitar falar-se quando há pouca rede ou dentro de edifícios ou espaços fechados, onde a intensidade de radiação a emitir é maior.
sabendo-se que o momento em que o nível de radiação emitido pelos telemóveis é máximo ao ligar e desligar, sugere-se que, ao receber uma chamada, se deixem passar uns segundos até levar o telemóvel ao ouvido. mas, em nenhuma circunstância, deverá falar-se continuadamente por mais de 20 minutos (limite arbitrariamente estabelecido e que já é de evitar).
quem conseguir ouvir bem, deve procurar manter o telemóvel o mais afastado possível do ouvido. por outro lado, deve procurar alternar-se entre o ouvido esquerdo e o direito. e afaste-se dos outros quando fala. tenha sempre o telemóvel com a carga máxima, pois com carga baixa emite mais radiação. não use armações metálicas nos óculos, que aumentam cerca de 20% a irradiação.
o maior problema é saber a partir de que limites os telemóveis podem ser nocivos para a saúde. e, se o forem – como tudo indica –, em que medida vale a pena correr riscos. mas será que podemos prescindir dos telemóveis (ou dos computadores… e da língua inglesa) – ou deveremos assumir um risco calculado e tentar minimizá-lo? também conhecemos a poluição provocada pelos automóveis e pelos autocarros e eles não deixam de circular…
o telemóvel é já uma realidade básica e imprescindível, pois muitos, ainda que com pouco dinheiro para comer e vivendo na miséria, não deixam de o ter (mesmo que seja roubado…). poderá até já se falar de ‘telemóveldependência’, como com o álcool ou a droga. isto para não falar nas contas crescentes e insustentáveis.
felizmente a tecnologia tem evoluído, e hoje os telemóveis são mais seguros, tendo a antena incorporada e não exterior, como inicialmente.
importa ter particular cuidado com as crianças. sendo os seus ossos cranianos mais delgados, e estando o seu cérebro ainda em desenvolvimento, sofrem uma maior absorção da energia electromagnética nos tecidos (cerca do dobro entre um ano de vida e a idade adulta). por outro lado, com as células das crianças em muito mais rápida multiplicação, o efeito é seguramente mais intenso, sendo os perigos de uma alteração do adn celular, nomeadamente nas células sanguíneas e cerebrais, certamente maiores. e ainda temos a considerar o seu maior tempo de vida.
parece assim ser da mais elementar prudência, sobretudo nas crianças mais novas, evitar o uso de telemóveis ou reduzi-lo ao mínimo, reservando-o para situações de emergência, com chamadas limitadas a números programados pelos pais. e os aparelhos deverão estar desligados durante o horário escolar. sendo úteis para os pais localizarem uma criança perdida, os telemóveis nunca poderão ser usados como brinquedos ou como prémios de sucesso…
vale a pena louvar o cancelamento do contrato para a nokia utilizar nos seus telemóveis os símbolos dos desenhos animados de walt disney (mickey, minnie, etc.), a fim de não estimular o uso do telemóvel pelas crianças.