e especial responsabilidade têm, por definição, os presidentes desses órgãos sociais.
quando tive a honra de exercer as funções de presidente do sporting, o ‘meu’ presidente da assembleia geral era miguel galvão teles. foi sempre irrepreensível. debatíamos muito em reuniões ou conversas, mas nunca se afastou da rota da ‘impecabilidade’.
um presidente da assembleia geral é, simbolicamente, o elemento de união entre todos os associados. ainda mais deve sentir essa responsabilidade quando é eleito – como foi o caso – por uma lista diferente daquela que os sócios escolheram para a direção.
eduardo barroso até pode ter exteriorizado o que pensam muitos sportinguistas.
sabemos que tem ‘o coração ao pé da boca’, como costuma dizer-se. é uma pessoa simpática, que ‘joga’ no estilo distraído ou ingénuo para ir dizendo o que quer… como presidente da assembleia geral não deve criticar os órgãos executivos, seja do clube ou da sad. mas acredito que tenha sido uma vez sem exemplo.
não foi grave. mas deve ter cuidado. o sporting precisa de estabilidade.
fc porto é o favorito
a propósito de estabilidade, ela é decisiva para se afirmar que o fc porto é o favorito principal à conquista do título.
lá não há membros de órgãos sociais a ‘mandarem bitaites’ seja sobre o que for. há dias, ouvi jackson rodriguez, depois do golo que valeu mais uma supertaça, a falar já com o discurso ‘à porto’: «o que interessa não sou eu, é o clube, o porto é um grande clube…» e por aí fora.
note-se bem: o benfica já tem o caso grave de luisão; não comparando, o sporting tem a polémica de eduardo barroso; ora o porto ganhou a supertaça. ganhou por 1-0? pois foi! ao minuto 90? pois foi! mas é a quarta supertaça consecutiva.
o porto tem a ‘novela hulk’? tem! mas o benfica tem a de witsel. e o sporting continua com a de adrien (num plano diferente, naturalmente).
o porto mantém, no geral, o mesmo plantel. no benfica vão-se anunciando várias mudanças, mas ainda não se pode avaliar o saldo final. no sporting, há muitas saídas e muitas entradas (no geral, promissoras).
lá está a estabilidade. só no treinador é equivalente, porque os três têm os mesmos que terminaram a época passada. equivalente, mas não igual: jorge jesus está há quatro anos, vitor pereira vai para a segunda época como treinador principal (depois de uma como adjunto de vilas-boas) e ricardo sá pinto fez meia época depois de substituir domingos.
na estabilidade, é este o panorama. quanto à qualidade, ver-se-à dentro de campo.
novidades da economia só depois da troika
mais uma vez, dados do ine ou do banco de portugal saíram em dias especiais. ora é em dia de debate quinzenal, ora é em dia de comício.
o que se soube correspondeu, em primeiro lugar, às previsões iniciais para este ano; e, em segundo lugar, à percepção que todos certamente tivemos – e sobre a qual aqui escrevi – de que no 2.º trimestre as dificuldades da economia real aumentariam.
pedro passos coelho, horas antes do seu discurso, tinha a oposição a exigir que anunciasse medidas no sentido do crescimento. mas este primeiro-ministro e este governo já demonstraram não ser do género de se impressionarem com o ‘rufar dos tambores’. vem aí nova avaliação da troika e, antes disso, tudo parece prematuro. o novo orçamento do estado, aí sim, pode ser a ocasião adequada para alguns ajustamentos e algumas medidas já mais estimuladoras de investimento, de criação de emprego, de riqueza e de capacidade exportadora.
o essencial é manter a rota. mas estando sempre atento ao estado do navio, para haver a certeza, em todos os momentos, de que aguenta a travessia da tempestade.