a parvalorem é um dos veículos criados pelo estado para gerir créditos e activos do bpn. com a venda do banco ao bic, cerca de 270 trabalhadores desta empresa (num total de 650) passariam a integrar os quadros daquela instituição financeira.
segundo disse a secretária de estado do tesouro, maria luís albuquerque, na comissão parlamentar de inquérito sobre o bpn, a intenção do governo é vender a parvalorem. e isso pode significar o despedimento dos cerca de 380 trabalhadores que ainda estão na empresa.
a parvalorem já estará mesmo a ser ‘aliviada’ de alguns funcionários. no requerimento, o be questiona quantos trabalhadores passam efectivamente para o bic e quais os critérios para a sua selecção. por outro lado, interroga o governo sobre a justificação para «a colocação de diversos trabalhadores fora da empresa, numa situação de pré-despedidos». o partido questiona ainda «como irá o governo garantir a salvaguarda de postos de trabalho e a defesa dos direitos dos trabalhadores, com vários anos de experiência naquela empresa, se pretende extinguir a parvalorem?».
o diário económico avança, na sua edição de hoje, que os trabalhadores começam a ser despedidos em setembro.
dívida de 201 milhões
entretanto, já chegou ao parlamento informação mais pormenorizada sobre os chamados ‘activos tóxicos’ da parvalorem. há sete clientes da sociedade lusa de negócios/galilei que devem mais de 250 mil euros à empresa. sem nomear os clientes, por causa do sigilo bancário, o ministério das finanças indicou, por exemplo, que um deve 140 milhões de euros, outros 11 milhões, o terceiro, 6 milhões. ao todo, são 201 milhões de euros em créditos apurados após a nacionalização do bpn que não foram transferidos para o banco bic, e cuja probabilidade de serem recuperados é muito baixa.
ao sol, o deputado joão semedo comentou que vai «ponderar pedir o levantamento do sigilo bancário» para que sejam conhecidos os nomes dos clientes da parvalorem.