o policiamento dos céus islandeses pelos caças portugueses, que operam a partir de uma antiga base norte-americana, situada em keflavic, a 40 quilómetros da capital islandesa, reiquejavique, começou há três semanas e prolonga-se até meados de setembro.
«isto tem a ver com a saída dos americanos em 2006. a islândia, como não tem forças armadas, mas é membro da nato, teve de pedir apoio para patrulharem o seu espaço aéreo. portugal assumiu esse compromisso internacional em 2011», explicou à agência lusa o comandante do destacamento, após a chegada de 70 novos militares que vão substituir os que já se encontram no país nórdico desde 7 de agosto.
o avião hércules c-130 descolou da base aérea n.º 5, em monte real, às 04:00 de sexta-feira e aterrou seis horas depois em keflavic, com vento forte, chuva, nevoeiro e uma temperatura a rondar os dez graus, condições climatéricas que levaram ao cancelamento, pela primeira vez em toda a missão, dos voos planeados.
apesar deste contratempo, o tenente-coronel fernando costa, que será substituído no cargo de comandante do destacamento pelo tenente-coronel carlos lourenço, faz um balanço “extremamente positivo” da missão até agora, e destaca a forma como os islandeses os receberam.
«não tivemos grandes dificuldades. a nível profissional, as condições são excelentes e temos tido todo o apoio da nação hospedeira. a nível da sociedade, o que se pode dizer é que este é um povo bastante amável, hospitaleiro e tivemos uma integração bastante fácil. sentimo-nos como se estivéssemos na nossa própria casa», realça o oficial.
de 14 de agosto até hoje, os seis f-16 voaram 90 horas. desde o início da operação, ainda não houve nenhuma situação de intercepção de algum avião intruso no espaço aéreo islandês, apesar de haver informações de que os russos intensificaram as suas operações aéreas.
para o bom desempenho dos caças nacionais na missão, denominada de ‘iceland air policing 2012’, muito tem contribuído o pessoal da manutenção, diz o capitão paulo sacramento, responsável da área da manutenção.
«tivemos algumas avarias, como é normal, pois os f-16 têm sistemas complexos. mas com trabalho, perspicácia e muito saber, conseguimos no final do dia garantir sempre que as aeronaves estão todas prontas para voar», salienta.
«aqui é o centro nevrálgico da manutenção dos aviões. cada avião tem um livro específico, onde é registado tudo o que se faz ao avião ou tudo o que o avião tem. além disso registamos toda a manutenção programada de todos os equipamentos do avião, as manutenções periódicas», explica o sargento-ajudante, helder bonina, apontando para os seis livros, que correspondem aos seis caças destacados em keflavic.
a islândia não tem forças armadas mas dispõe de guarda costeira, com quem os militares portugueses trabalham em conjunto em diversas áreas, nomeadamente no centro de reporte e controlo, onde estão as consolas dos radares que «vigiam» parte do extenso espaço aéreo islandês.
«são pessoas fantásticas, com muita experiência, extremamente educados e muito bons profissionais. a missão correu muito bem até agora e é para continuar assim até ao fim«, considera jon b. gudnason, responsável islandês pelas operações e que pertence à guarda costeira islandesa.
o c-130 com os cerca de 70 militares que estiveram em missão na islândia desde 07 de agosto deve aterrar às 22:00 de hoje na base aérea n.º 5, em monte real. o fim da missão está agendado para 17 de setembro, com a chegada de grande parte do destacamento previsto para o dia seguinte.