E para Witsel, foram 40 milhões de euros

Nem uma hora tinha passado, e já Axel Witsel se emparelhava com Hulk. O belga viajará igualmente para São Petersburgo, onde representará o Zenit, clube russo que pagou 40 milhões de euros para se certificar que o médio passou pouco mais de uma época pelo Benfica.

na passada semana, pinto da costa reiterou, por várias vezes, o montante de uma centena de milhão para quantificar os euros que seriam necessários para tirar hulk do fc porto. 

esse valor foi quanto bastou. não no caso do brasileiro, mas sim em dois casos. em menos de um par de horas, o zenit gastou 100 milhões de euros para tirar de portugal dois dos melhores jogadores que por cá actuava.

aos 60 milhões de euros por hulk sucederam os 40 milhões por axel witsel, belga que, após uma época no benfica, ruma ao leste para representar um clube que apenas hoje se apressou para garantir reforços, face ao limite na data de inscrições de jogadores para a liga dos campeões – a lista tem que ser enviada à uefa até à meia-noite de hoje.

tal como o brasileiro, também witsel assinará um vínculo válido por cinco anos, algo que foi confirmado pelo zenit no seu site oficial.

o valor corresponde à cláusula de rescisão que constava no contrato que ligava o médio belga aos ‘encarnados’, tal como o desportivo record lembrou.
em poucos dias, o benfica amontoou um lucro superior a 60 milhões de euros em transferências. 

uma fórmula desfeita
porém, a esse monte teme-se que corresponda um buraco em campo: com as saídas de witsel e javi garcia (por 20 milhões, para o manchester city), a equipa perde as duas referências que, na época anterior, sustentaram o seu meio campo.

o espanhol assegurava a estabilidade da equipa, preenchia espaços na defesa e recuava no terreno para participar, logo no início, na construção de jogadas ofensivas. jogadas que o belga coordenava mais à frente, não deixando de ser fulcral no momento defensivo, pressionando em áreas adiantadas do campo, logo quando o benfica perdia a posse de bola.

neste início de época, e já após a saída de javi garcia, o belga chegou a ser testado na posição mais recuada do meio campo – ontem, domingo, diante do nacional da madeira. ora, a essa solução improvisada o treinador jorge jesus terá agora que encontrar outras duas.

mesmo vencendo apenas um título a época passada (taça da liga), os ‘encarnados’ assentavam a dinâmica do seu meio campo nesta dupla. para javi, o sucessor natural será o sérvio matic. 

no caso de witsel, contudo, o nome de carlos martins, quiçá o primeiro que surge como hipótese, apresenta riscos. o português destaca-se na organização do jogo, nos momentos em que a equipa tem de atacar. mas é débil a defender, e era nessa aspecto que perdia na comparação com o belga.

cabe a jorge jesus encontrar soluções eficazes, pelo menos, até janeiro, altura em que reabrirá o mercado de transferências, e o benfica poderá contratar jogadores.

(notícia actualizada às 22h06.)

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