«por essa verba, nem para o zenit, nem para ninguém». as palavras
são de pinto da costa, e formavam os sinais que não deixavam augurar uma saída
para breve de hulk. a frase referia-se aos alegados 50 milhões que, na passada
terça-feira, o zenit oferecera aos dragões para contratar o brasileiro.
aí, o presidente lembrava e repetia, pela vez que as contas
perderam, que hulk apenas sairia do clube por uma centena de milhões de euros,
o valor que constava na sua cláusula de rescisão. o próprio sublinhou que
rejeitara tal proposta, em reunião com responsáveis do clube russo no porto.
ora, nem uma semana volvida, as suas palavras tornam-se
obsoletas. ambos os desportivos – a bola e o record -, dão como certa a transferência, por um montante de 60 milhões de euros. certeza que o zenit, no seu site oficial, também sublinha: lá escreve-se que hulk o acordo «é por um período de cinco anos», e que o brasileiro utilizará o número 29 nas costas da sua camisola.
no fc porto, foram quatro as épocas que o internacional brasileiro passou
com com o número 12 na camisola listada. hoje tornou-se mais um exemplo da cultura
de valorizar jogadores que os azuis e brancos – e o seu presidente – se têm
esforçado por cumprir.
desta feita, demoraram um pouco mais. estes quatro anos
serviram para lapidar um diamante que só poderia no futuro surtir lucros, no
campo, e nas contas bancárias. só assim, com esta esperança, se justificou a
contratação, em 2008, de um desconhecido brasileiro com nome de personagem de
banda desenhada, que andava perdido na segunda divisão do distante futebol
japonês.
as primeiras impressões, as positivas, foram as mesmas que
hoje deixa por portugal: rápido, forte e explosivo, principalmente num pé
esquerdo que facilmente disparava bombas um pouco de todo o lado.
os anos nos dragões trataram de corrigir os defeitos que,
também ao início, todos lhe apontavam – pouco partilhava a bola com os colegas,
pouco defendia e pouco aparecia em jogos importantes. corrigidos os problemas
(principalmente em 2010/2011, treinado por andré villas-boas), a ascensão de
hulk passaria pela selecção brasileira, pela qual se estreou em 2009, e com a
qual esteve este ano nos jogos olímpicos de londres, como uma das principais
figuras.
o sétimo mais caro de
sempre
ainda que faltando a confirmação oficial do valor, os 50 milhões de euros
que o zenit pagará aos ‘dragões’ tornam hulk no sétimo jogador mais caro de
sempre.
o negócio que o atirará para a rússia coloca-o à frente de
nomes como ronaldo, o ‘fenómeno’ brasileiro por quem o real madrid pagou 45
milhões ao inter, em 2002, e de outros mais recentes exemplos, como sergio
aguero, que foi pelo mesmo montante do atlético de madrid para o manchester
city.
o brasileiro e, diga-se, o fc porto, demoraram um ano a
superar o valor que já fizera história em portugal. no verão passado, os ‘colchoneros’
pagaram 40 milhões de euros para colocarem radamel falcao num avião para
madrid, o maior preço pago até então por um jogador que actuava nos relvados
portugueses. o troco, para já, salda-se em 39 golos.
agora, será hulk a tentar repetir, ou melhorar, em outros
relvados a prestação que deixou em portugal. em quatro épocas, o brasileiro
marcou 67 golos, com destaque para a tal época com villas-boas ao comando, onde
só no campeonato fez 23 tentos, aos quais acrescentou outros cinco na liga
europa, e que ajudaram o fc porto a conquistar ambas as competições.
aguarda-se, portanto, pela confirmação da transferência. uma
espera que não poderá tardar muito, já que esta segunda-feira termina o prazo
de inscrições de jogadores para a liga dos campeões, prova na qual o zenit
participará, e onde quererá contar com a sua provável, e mais recente
contratação.
do total da transferência, ‘apenas’ 40 milhões de euros vão parar nos cofres portistas, pois o clube apenas detinha 85% do passe de hulk.
(artigo actualizado às 20h57.)