Antes de FC Porto, Villas-Boas candidatou-se ao Burnley

Ainda jovem nos seus três decanos de idade, André Villas-Boas, já fugido da sombra de José Mourinho, começou a dar nas vistas ao serviço da Académica, em 2010. No Verão desse ano seguiria para os ‘dragões’, mas antes, em Janeiro, poderia ter antes ido para a segunda divisão inglesa, e desviado o seu percurso de…

no primeiro mês de 2010, o burnley ficou sem treinador. owen
coyle deixou o clube e aceitou a oportunidade de treinar o bolton wanderers. o
clube do championship – segunda divisão
inglesa -, ficava sem treinador, e partia em busca de alguém.

e esse alguém podia ter sido andré villas-boas. a revelação
chegou pelas palavras de paul fletcher, na altura o director executivo do
clube, que recebeu um curriculum vitae (cv) e uma apresentação de um jovem
técnico português que dava então os seus primeiros passos como treinador
principal.

«enviou uma candidatura muito longa e detalhada para o
posto. o seu cv e apresentação de powerpoint
eram incríveis, e até para os standards de hoje, incluía conceitos complicados,
coisas que nem sequer compreendi», explicou, citado pelo daily telegraph, aludindo às referências que estão compiladas num
livro da sua autoria, prestes a ser publicado – mágico: uma vida no futebol, na sua tradução literal em português.

o nome de villas-boas chegou por via de uma sugestão de
mickey walsh, um antigo internacional nor-irlandês e amigo do então dirigente
do burnley, que entre 1980 e 1988 actuou em portugal, onde jogou pelo fc porto,
salgueiros e espinho, clube onde terminaria a carreira.

apesar de, por enquanto, não explicar o detrimento de
villas-boas, o antigo dirigente confessou ao diário britânico que «a linguagem
e jargão no futebol ficam piores a cada dia que passa», para depois se
justificar – «alguma vez os jogadores do burnley entenderiam o que ele [villas-boas]
quereria quando ele os mandasse ‘solidificar’ ou alguns dos seus outros
termos?».

a mudança para inglaterra, nesse ano, nunca se concretizou.
no verão, o técnico português foi contratado pelo fc porto para suceder a
jesualdo ferreira, e o resultado acabou por ser uma época pontuada pela
conquista do campeonato, taça e liga europa, um pecúlio que, no verão seguinte,
lhe valeu uma ida para o chelsea.

andré villas-boas permaneceria apenas nove meses no clube
londrino, saindo em março com um rasto de derrotas e exibições aquém das
expectativas. nessa época, e já sob o leme do seu antigo adjunto, roberto di
matteo, o chelsea conquistou a liga dos campeões.

e no verão que agora está a findar, o português foi
contratado pelo tottenham. uma nova aventura por inglaterra, que também ficará a dever ao tal pecúlio que deixou nos ‘dragões’.

nesta equipa londrina ainda procura a sua
primeira vitória oficial. para já, conta uma derrota e dois empates nas três
tentativas que já fez no campeonato.

e nos ‘spurs’ fez o que não deixaram promover no chelsea: uma remodelação da equipa, ao vender o holandês rafael van der vaart e luka modric – este por força da vontade do croata -, as principais figuras, e com os rumores a apontarem que o próxima saída poderá ser scott parker, médio internacional inglês em cujo esforço e capacidade defensiva assentava a estabilidade da equipa de harry redknapp, o treinador que orientou o tottenham na época transacta.

diogo.pombo@sol.pt