Esta nova variedade esteve em testes durante o verão e os primeiros exemplares foram colhidos nas últimas semanas por Diana Soares, aluna finalista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
A tese de fim de curso consiste em estudar a plantação de melancia sem semente para a empresa Hortas de Idanha, sociedade com participação municipal e que agrega os produtores locais.
O pedido para que haja uma variedade sem o inconveniente da semente ou pevide foi feito «por uma cadeia de grandes superfícies, interessada em comprar», explica Joaquim Soares, vereador e responsável pela empresa Hortas de Idanha.
Até final de Outubro, Diana Soares conta concluir o estudo com indicação dos índices de produtividade, características e métodos de trabalho para quem quiser plantar a nova alternativa.
O objectivo é que no verão do próximo ano «possa haver melancia sem semente para distribuir», sublinha Joaquim Soares.
As indicações aos produtores serão dadas «em função das reuniões com os possíveis clientes da Hortas de Idanha e o interesse no produto».
A melancia carnuda, sem pontos negros, será mais cara que o fruto tradicional, tendo em conta que «o sucesso de germinação é mais baixo e o custo por planta é maior».
Mas «o sabor é excelente», sublinha.
Quem pegar numa talhada ainda vai ver pequenos pontos brancos, mas são sementes «muito pequenas, que se engolem sem notar»: todas as outras desapareceram, explica a estudante finalista Diana Soares.
Esta variedade de melancia «é mais pequena, mais fácil de manusear, mais doce e mais crocante», acrescenta.
Este ano foram colhidas 60 exemplares para testes em laboratório, com diferentes datas de maturação e plantações em diferentes condições de terreno.
Da análise, concluir-se-á qual a melhor forma de produzir e qual a melhor altura de colheita.
A fruta sem semente nasce a partir de uma variedade sem pólen viável, que tem que ser plantada ao lado de outra que a fertilize: «quanto mais proximidade, melhor o resultado», conclui Diana Soares.
Lusa/SOL