Trabalhar pelo futuro

Os resultados das eleições realizadas há uma semana em Angola não deixam margem para dúvida sobre quem vai governar os destinos do país do país nos próximos cinco anos.

e são vários – e grandes – os desafios do próximo governo no que diz respeito à economia. é difícil dizer qual é o maior desafio de todos. provavelmente, um dos mais importantes passa por conseguir fazer com que a riqueza gerada no país seja distribuída de uma forma mais abrangente. ou seja, conseguir fazer com que cada vez mais angolanos beneficiem do crescimento do país. esta foi, aliás, uma das promessas do mpla durante a campanha, e está plasmada em vários pontos do ‘manifesto eleitoral’ e do ‘programa de governo’ apresentado em julho por josé eduardo dos santos.

a maior riqueza de um país são as pessoas que o constroem e que nele vivem. é como numa empresa: os resultados são tanto melhores quanto mais motivadas e envolvidas estão as pessoas que nela trabalham. por isso, é de esperar que o próximo governo aposte nas pessoas: nas mais idosas e carenciadas, que em muitos casos deram o seu contributo para o bem comum e merecem apoio na fase final – ou nos momentos difíceis das suas vidas. é também de esperar que o governo aposte nos jovens que estudaram, dentro ou fora do país, na expectativa de poder contribuir para o seu desenvolvimento. a aposta nos jovens passa por políticas que promovam a sua entrada nas empresas e o empreendedorismo, ou seja, a iniciativa de criar riqueza e emprego.

o empreendedorismo é visto em muitos países da europa como um ‘verbo de encher’: portugal é disso um exemplo pelas piores razões. os governos prometem apoiar os jovens empreendedores, mas depois pouco fazem. ora, angola tem condições para fazer melhor: não só porque tem mais meios, mas porque oferece inúmeras oportunidades de negócio. há muita coisa para fazer em angola. e, a avaliar pelos primeiros resultados do proapen, a população – incluindo a que não teve oportunidade de estudar – já o percebeu.

e m termos macro-económicos também há desafios. um deles é manter o controlo da inflação. outro é promover a circulação do kwanza e a redução da circulação do dólar. também o sistema bancário pode prestar melhores serviços aos cidadãos e empresas, desburocratizando-se e diversificando a oferta de produtos de poupança e de crédito. o maior desafio é haver tantos desafios e tanto trabalho pela frente. a campanha acabou. agora é arregaçar as mangas e fazer todos os dias o máximo possível para construir um país melhor.