os espanhóis buscam a décima, a marca histórica de alcançar
as dez conquistas na prova, o grande desafio que, há três anos, foi proposto a
josé mourinho, quando o português chegou a madrid vindo precisamente de um
triunfo na prova, com o inter de milão.
os visitantes chegam decididos a emendar uma imagem. na
época passada, os milhões árabes investidos no manchester city davam frutos, e
os ingleses participavam pela primeira vez na prova, e logo no grupo onde
coabitaram com o bayern de munique, nápoles e villarreal. aqui caiu outro apelido,
o de grupo da morte.
a prestação desiludiu. os ‘citizens’ foram derrotados em
duas das suas visitas, em casa dos alemães e italianos, e foi empurrado para a
liga europa – onde viria a ser eliminado pelo sporting -, quando não conseguiu
vencer o nápoles na partida que disputou em manchester.
o real madrid, esse, ficou à porta da final, obrigado
milhares de adeptos seus a verem a equipa ser eliminada, em casa, nas grandes
penalidades frente ao bayern, na segunda mão das meias-finais. agora, novo ano,
nova tentativa.
a história dos
milhões
repartidos entre as duas equipas vão estar mais de 400 milhões de euros,
que mostram a aposta no reforço do plantel que ambos os clubes partilham.
porém, com panos de fundo distintos.
a filosofia dos ‘merengues’, ao longo dos anos, e como a marca lembrou, convenceu os adeptos e
responsáveis de que, no clube, teriam que jogar sempre os melhores. a ganância
do actual presidente, florentino pérez, chegou a fazer com que a equipa, há uns
anos, fosse apelidada de ‘galácticos’, quando conseguiu juntar luís figo,
zinedine zidane, ronaldo, david beckham e roberto carlos na mesma camisola.
com centenas de milhares de adeptos em todo o mundo, sedentos
por consumir todo o merchandising do
clube, estádio sempre lotado e consecutivas presenças na liga dos campeões e na
sua predecessora, a taça dos campeões europeus, o real madrid foi acumulando
milhões de euros. o city, porém, teve que esperar para ser grande.
esperou até à chegada de um xeique. em 2008, mansour zayed
al-nahyan chegou e trouxe com ele os milhões vindos dos emirados árabes unidos,
milhões vindos de petrodólares que motivaram o clube a mergulhar numa onda
gastadora que, a época passada, culminou finalmente na conquista do campeonato
inglês.
milhões em campo
desde então foram investidos quase 800 milhões de euros em contratações. só em
duas contratações, o real conseguiu gastar 160 milhões, com kaká, em 2008, e
cristiano ronaldo, em 2009. hoje, a partir das 19h45, vão estar mais de 400
milhões em campo.
o encontro justificará, em pleno, a alcunha de liga
milionária. além dos volumosos prémios
de jogo e participação que a competição oferece, no santiago bernabéu vão estar os dois clubes que ostentam os jogadores mais valiosos na europa.
do lado do real madrid, o seu previsível onze titular terá o
custo de 266 milhões de euros, de acordo com o que o clube gastou para contratar
cada uma dos jogadores: iker casillas (formado no clube), arbeloa (4 milhões),
pepe (30), sergio ramos (27), marcelo (6), xabi alonso (30), sami khedira (12),
mezut özil (18), di maria (30), cristiano ronaldo (96) e higuaín (13).
o manchester city, por sua vez, ostenta quase 243 milhões de
euros – joe hart (1,8 milhões), maicon (4), kompany (8,5), lescott (27,5),
kolarov (23), yaya touré (30), jake rodwell (15), david silva (30), carlos tévez
(30), samir nasri (27,5) e sergio agüero (45).
as quantias são astronómicas, desajustadas à crise que hoje
se estende pelos bolsos dos europeus. o futebol parece continuar a ser a
excepção. só falta dar o espectáculo que hoje se espera no santiago bernabéu.