Portugueses e escoceses num caminho traiçoeiro

A face portuguesa entrou ontem na Liga dos Campeões, e logo com uma vitória. O FC Porto foi à Croácia vencer o Zagreb, e deixa hoje o rumo que Benfica e Braga devem seguir. Os ‘encarnados’ vão discutir na Escócia os primeiros pontos num terreno tradicionalmente difícil, e os minhotos recebem uma equipa romena com…

o cluj chega a braga para dar início à sua terceira
participação na prova milionária. por aí, supera os minhotos, que partem apenas
para a sua segunda participação em três épocas.

um dado que as circunstâncias tornam curioso não demora a
saltar à vista: o cluj é a segunda equipa na ‘champions’ com mais portugueses
no seu plantel. sim, os nove que conta supera até tanto o benfica como o fc porto,
e quase que chega para suplantar os 12 que os dois grandes somam juntos – seis cada
um.

no último encontro dos romenos, cinco portugueses foram escolhidos
para o onze titular: o guarda-redes mário felgueiras, os defesas ivo pinto,
cadú e camora e o extremo diogo valente. e o golo da vitória pertenceu a um
outro, rui pedro, ex-fc porto que saiu do banco para dar a vitória à sua
equipa.

à chegada a braga, os campeões romenos depositam o favoritismo,
o mais hábil instrumento dos jogos psicológicos, nos minhotos. cadú, o capitão
de equipa, disse mesmo que os portugueses «deverão ficar no segundo lugar do
grupo», atrás, do manchester united, que hoje recebe os turcos do galatasaray.

do que se sabe, e o próprio josé peseiro, treinador dos
minhotos, realçou, é a apetência dos romenos para o contra-ataque, sendo assim
previsível que dêem a iniciativa do jogo ao braga, fechando os espaços atrás e
juntando linhas, sempre com olho no roubo de bola e no lançamento rápido de
ataques.

benfica contra a
tradição
o relvado do celtic, em glasgow, é a porta de entrada dos ‘encarnados’ na
liga dos campeões. um caminho escocês onde o benfica tem nunca conseguiu
arrancar pontos.

este será o sétimo encontro entre ambas as equipas na prova,
e a história pode resumir-se dizendo que, no seu terreno, o anfitrião costuma
imperar.

em três visitas a glasgow, o benfica perdeu sempre. a última
derrota foi em novembro de 2007, quando jose antonio camacho treinava uma
equipa longe onde imperavam (ainda) rui costa, kostas katsouranis, léo e gilles
binya, além de luisão, o capitão que, hoje e nos próximos tempos, não poderá
ajudar a equipa.

a fifa juntou-se à federação portuguesa de futebol (fpf) e
puniu o brasileiro com dois meses de suspensão, após ter agredido um árbitro
alemão numa partida da pré-época. luisão jogará contra o celtic, mas apenas em
novembro, na luz, no derradeiro encontro da fase de grupos, em que tudo poderá
já estar decidido.

até lá, o brasileiro terá que assistir ao que a sua equipa
começar a fazer hoje. os escoceses não deverão variar muito do que já se
espera: agressividade nas disputas de bola e um favorecimento do jogo pelo ar,
com passes longos a explorar os avançados da equipa, que devem receber a bola,
guardá-la, e esperar que a equipa suba no terreno e chegue o apoio. assim
costuma jogar as equipas escocesas, um estilo com que os portugueses, por
tradição, se dão mal.

cabe a jorge jesus contrariar esta tendência. a saída de
javi garcia retirou à equipa uma referência no jogo aéreo, principalmente a defender,
mas o sérvio matic, com a sua altura, suprime essa cadência. o pior problema
será mesmo a ausência de luisão, cuja experiência não fará falta quando se
olhar para o seu substituto – jardel ou miguel vítor, um deles será hoje
titular.

ambas as partidas começam às 19h45.

diogo.pombo@sol.pt