Luís Pato é um nome incontornável na história da vitivinicultura em Portugal, muito por culpa do seu espírito inconformista e pioneiro herdado de seu pai: João Pato, que já em 1970 começou a engarrafar vinho das suas vinhas, tornando-se o primeiro produtor-engarrafador na região da Bairrada, depois de esta ter sido demarcada .
No seio de uma família que produz vinho desde o século XVIII, Luís Pato seguiu as pisadas do pai e tomou conta da Quinta do Ribeirinho, por alturas da vindima de 1980. Foi apenas o seu primeiro grande êxito. O vinho dessa sua primeira vindima (um monovarietal da casta Baga) é de uma qualidade excepcional, o que o leva a ser procurado pelos apreciadores como um tesouro, atendendo à sua raridade.
Cinco anos depois, Luís Pato é de novo notícia. Ao contrário do que era habitual na Bairrada, fazia vinho tinto de uvas desengaçadas e estagiava-o em pipas novas de carvalho francês, o que, a par de outras modificações, se traduziu praticamente numa revolução de práticas e métodos, numa transformação radical da adega, de forma a torná-la mais compatível com a criação de vinhos ao estilo moderno. Em 1995, a sua vontade de mudar levou-o a lançar vinhos de vinha única.
Nos 60 ha de vinha estão plantadas as castas Baga, Touriga Nacional e Tinto Cão (tintas) e Maria Gomes, Bical, Cercial da Bairrada e Sercialinho, nas variedades brancas. Hoje, apresentamos aqui três espumantes seus, todos de 2010. O Duet Baga-Bical, que pode melhorar com a idade mas que se mostra já elegante, apresentando sabores e aromas tostados característicos dos solos argilo-calcários, onde são criadas as uvas do lote. Acompanha bem leitão e carnes assadas. Outro espumante, o Duet Bical-Cercial já é mais recomendado para acompanhar peixe e marisco. Finalmente, uma grande novidade: o espumante Informal 2010, um branco de uva tinta que tem um carácter mineral e aroma a framboesa. Serve-se como aperitivo ou para acompanhar toda a refeição.l
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