O ‘Último Ditador da Europa’ voltou a vencer

O apelido foi escolhido pelo Der Spiegel para falar de Alexander Lukashenko, presidente bielorrusso, no poder desde 1994, e que ontem proclamou a vitória do seu partido nas eleições legislativas ainda antes que um único voto tivesse sido contado.

o semanário alemão lembrou que o sufrágio que ontem decorreu
no país foi mais um que se juntou a tantos outros catalogados por analistas
europeus como manipulados, imparciais e não livres. desde 1995 que não há uma
eleição verdadeiramente democrática na bielorrússia.

na segunda-feira, as urnas voltaram a receber votos para
eleger os 110 deputados do parlamento em minsk, capital do país, onde não
deverá constar qualquer representante da frágil oposição. apenas um lugar terá
que se submeter a uma segunda volta de votos, por não ter recolhido uma maioria
no seu distrito.

a comissão de eleições de lukashenko apontou que a
participação no sufrágio se fixou nos 74,3%. porém, os cristão-democratas, um
dos partidos da oposição, fixou o número apenas nos 38%. a organização de
segurança e cooperação na europa (osce), que monitorizou o processo eleitoral,
sublinhou, uma vez mais, que o sufrágio não decorreu de forma livre.

«uma eleição livre assenta nas pessoas serem livres de
falar, de se organizarem e de concorrerem, e não vimos nada disso nestas
eleições», explicou matteo mecacci, um dos observadores da instituição que
esteve na bierorrússia. «o sufrágio não foi justo desde o início», acrescentou.

a oposição no país tem esfriado o seu ímpeto, face às
represálias que alexander lukashenko promove a quem fizer frente ao regime.

um dos exemplos é o de nikolai stankevich, antigo candidato às últimas presidenciais, que foi entretanto condenado a cumprir uma pena de prisão.

(notícia corrigida às 18h27.)

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