os
milhões não deram audácia. o psg aterrou no dragão e distribuiu os seus
jogadores em 4x4x2, com jérémy ménez, no papel, ao lado de zlatan ibrahimovic
na frente do ataque. no relvado, porém, descaía para uma das alas a atacar, e juntava-se
à linha de médios quando era preciso defender.
no
meio, verratti estava à frente da defesa, com matuidi como seu
escudeiro, ladrão de bolas. à esquerda o brasileiro nenê, que, quando a
equipa tinha a bola, subia e quase dava à equipa uma linha de três atacantes,
com van der wiel, o lateral direito, a surgir do outro lado, ficando chantôme a
compensar as suas subidas. mas notava-se, sobretudo, a cara de javier pastore
no campo, o jogador com os pés mais criativos da equipa.
porém,
a presença do francês desse lado não era suficiente para cobrir o espaço que
van der wiel deixava nas suas costas, sempre que acompanhava os movimentos
atacantes.
do
lado português, vítor pereira, o treinador, optou por atirar danilo para a
direita da defesa. o objectivo seria aproveitar a maior tendência para atacar
do brasileiro, explorando o espaço que à sua frente ficaria exposto face aos movimentos para o meio de james rodríguez, desde esse flanco.
porém,
nos primeiros 20 minutos, foi antes evidente o espaço que varela tinha do outro
lado, na esquerda, onde começou por ser a principal referência atacante –
sempre que era necessária uma progressão por via da condução de bola, ao invés de
passes curtos entre os seus jogadores. o português ia explorando o buraco que
tantas vezes era aberto pelas subidas de van der wiel, na direita, e que
obrigavam o psg a compensar, obrigando a que ora thiago silva, defesa central,
ou verratti, se deslocassem para esse espaço.
o
fc porto, na primeira parte, foi pressionando alto, logo à entrada da área
parisiense, no momento em que o adversário tentava partir para o ataque com
passes curtos. a pressão dava frutos, e por várias vezes os ‘dragões’ roubavam
a bola logo ali. os frutos originavam oportunidades de golo, mas jackson martínez, joão moutinho
e james rodríguez não as aproveitaram.
este último, o colombiano, ia tentando: disparava remates sempre que tinha espaço. mas a partir
da meia hora de jogo o psg conseguiu soltar-se, beneficiando das descidas de
zlatan no relvado, proporcionando mais uma (e mais fácil) opção de passe no
meio. a equipa começou a ultrapassar mais vezes a linha do meio campo, colocando
depois a bola nas alas assim que o conseguissem.
o
avançado sueco conseguiria mesmo receber duas bolas já no interior da área
portista, mas só em uma ocasião rematou à baliza – com o calcanhar, e de costas
para hélton.
golo, com menos
pressão e oportunidades
a
segunda parte manteve a natureza do jogo: o fc porto tinha mais bola, procurava
atacar mais, e o psg continuava a arriscar nas saídas de bola.
os ‘dragões’
continuava a recuperar muitas vezes a bola no meio campo adversário, mas os
minutos avançavam e o ímpeto da pressão portista decrescia. o cansaço assim o
ditava. perto dos 60 minutos, contudo, numa das últimas ocasiões em que
surpreendeu o psg, moutinho desmarcou varela na esquerda, mas o internacional
português rematou contra as pernas do guarda-redes sirigu.
depois,
o fc porto esmoreceu. passou a atacar mais devagar, portanto, mais previsível e
com menos intensidade. o psg, também graças à entrada de ezequiel lavezzi,
aproveitou para se começar a aproximar mais da baliza de hélton e conseguir um
par de remates.
o ‘adormecimento’
portista só foi abalado com a entrada de cristian atsu, aos 73 minutos. o
ganês, pela esquerda, conseguiu esticar o jogo da equipa, acelerando o ritmo
sempre que tinha a bola. pareceu acordar os seus companheiros, e os efeitos
chegariam dez minutos depois.
mais
uma bola roubada por moutinho, que continuou com ela, levou-a até à esquerda do
ataque. lá, cruzou-a para a área, um toque leve na cabeça de fernando fê-la
chegar até ao pé esquerdo de james, que a rematou, em arco, em direcção ao
poste direita da baliza parisiense. finalmente a vantagem, era agora altura de
defender.
o
psg esboçou uma tímida reacção em forma de busca do empate. pastore já estava
em campo, mas tinha agora pouco espaço à sua frente para fazer chegar a bola ao
ataque, onde zlatan era engolido pelas marcações de maicon e otamendi, a quem
se juntaria depois mangala, mais uma torre para defender a baliza.