como barack obama. dizem-me que hoje os operadores dos drones norte-americanos, antes de os dirigirem contra malévolos terroristas, pedem uma confirmação e autorização, caso a caso, ao presidente. mundo complicado, o nosso.
há 50 anos, quando um escocês desenvolto, chamado sean connery encarnou o primeiro bond e uma afrodite de biquíni branco (ursula andress), chegou a crab key, era tudo mais simples. bond combatia e matava pelo lado dos ‘bons’, dando cabo de sucessivos ‘maus’ desde o próprio dr. no (joseph wiseman), até ao teutão auric goldfinger (gerte fröbe), aos civilizadamente sinistros ernst blofeld (donald pleasance), karl stromberg (curd jurgens). e tantos outros vilões – chefes da spectre, teddy savalas ou adolfo celi e matadores profissionais como scamaranga (christopher lee).
e os ajudantes sinistros destes vilões – o chinês da cartola assassina do goldfinger, o anão do homem da pistola de ouro ou o popularíssimo jaws do duelo no teleférico do pão de açúcar.
bond tem sido um bom companheiro. vi os 22 filmes, alguns mais de duas ou três vezes. vibrei com as músicas, diverti-me com q. e as suas engenhocas (e ri-me sempre quando os vilões eram despachados por elas). admirei os carros e gostei de algumas das raparigas.
o bond foi mudando: connery era magnífico e daniel craig vai muito bem para os tempos que correm. nunca me habituei a roger moore e não me entusiasmaram, timothy dalton, pierce brosnan ou o georges lazenby.
as histórias também se foram adaptando, como tudo, à cena internacional e aos amigos e inimigos, às ameaças, aos perigos. mas talvez por aparecer no tempo da détente, bond não combatia os ‘impérios do mal’ comunistas, mas os supervilões de misteriosas sociedades e sinarquias do crime, sábios paranóicos, tiranos terceiro-mundistas.
fui ver o trailer do próximo, que deve estar aí a estrear, dirigido por sam mendes. tem todos os ingredientes – perseguições por terra, mar e ar, violência à farta, mulheres bonitas. bond é craig, o vilão é javier bardem, judy dench é m. e ralph fiennes – pareceu-me – outro dos ‘bons’. e naomi harris, a miúda bonita. chama-se skyfall.