Desafios estimulantes

O Presidente da República angolano optou por manter em funções os ministros com mais responsabilidades da área económica.

abrahão gourgel foi reconduzido na economia, carlos alberto lopes mantém-se nas finanças. no comércio, josé eduardo dos santos mudou a ‘cara’ do governo: sai idalina valente e entra rosa pacavira de matos. são muitas as tarefas destes titulares. ficam alguns exemplos de missões a manter e ‘desbravar’.

n e economia, os desafios são imensos. abrahão gourgel vai ter que continuar a apostar no ‘angola investe’, um extenso e transversal programa de estímulo à economia e empreendedorismo, num país onde as micro, pequenas e médias empresas estão longe de ter o papel que lhes é devido – apesar de serem em maior número do que as grandes. o ‘angola investe’ é um programa multissectorial, que implica a coordenação entre vários ministérios: da agricultura às finanças, passando pelo comércio, todos estão, de alguma forma, ligados a este programa que, através de linhas de crédito bonificadas e outros incentivos, nomeadamente fiscais, quer pôr os angolanos a criarem emprego. relevante, mas pouco falado, é o ‘feito em angola’, um programa que promove os produtos feitos no país e, assim, reduz também as importações.

nas finanças, os ‘trabalhos’ são imensos. carlos lopes tem que continuar a ajudar, com o bna, a baixar a inflação – que ainda é um dos problemas de angola. também o combate à economia informal é uma prioridade, num país onde uma boa parte do pib ainda passa à margem da tributação. a reforma tributária, em curso, também vai prosseguir, com alguns impostos a sofrerem alterações, depois das mudanças no imposto de selo e no imposto sobre o consumo, entre outras. também conjugado com o bna, o ministério das finanças deverá continuar a promover a ‘desdolarização’ da economia angolana, incentivando, por exemplo, os depósitos em kwanzas, em detrimento das moedas estrangeiras.

pacavira de matos tem o comércio, uma área igualmente com muito trabalho pela frente. angola precisa de um sistema de distribuição mais eficiente e deverá prosseguir a revitalização do nosso super – o que implica cooperação com a agricultura também. angola precisa de reduzir as importações e de ter mais produtos seus no mercado – e esse é um dos principais, ou o maior, objectivos desta rede. contas feitas, todo o tempo será pouco para tanto trabalho. mas, afinal, os grandes desafios são os mais estimulantes.