uma tragédia que dista há quase 30 anos. em 1985, a juventus
disputou a final da taça dos campeões europeus – antiga liga dos campeões -,
com o liverpool, clube inglês que, nessa década do século passado, tinha já
vencido quatro edições da prova.
a final jogou-se em heysel, que hoje é mais lembrado
como o título de uma tragédia do que como nome de um estádio em bruxelas,
capital belga.
a 29 de maio desse ano, o duelo entre os dois clubes encheu com
60 mil pessoas o recinto. do lado bianconeri
(italiano) estava o francês michel platini, o então bola de ouro, melhor
jogador do mundo, e o polaco zbigniew boniek. defrontavam uma geração dos reds, com ian rush, john barnes e kenny
dalglish, que mais títulos conquistou na história do clube inglês.
a vitória final foi da juventus, golo de platini. mas a
história guardou antes os 39 adeptos da juventus que morreram e os cerca de 600
que ficaram feridos, na sequência de confrontos com apoiantes do liverpool.
momentos antes do início do encontro, um grupo de adeptos
italianos ultrapassaram as vedações que separavam a sua zona do estádio de uma
outra, neutra, onde contudo estavam alguns adeptos do liverpool, que fugiram
para um muro, trepando-o para alcançar a zona onde os adeptos reds estavam em maioria.
o muro acabaria por ruir com o peso dos adeptos no seu topo,
esmagando dezenas de pessoas e ferindo centenas.
«a razão por ter dito não ao liverpool? porque as
negociações com o sydney já estavam avançadas nessa altura, e porque pensei no
que aconteceu em heysel», explicou del piero ao à gazzetta dello sport, sublinhando que «a tragédia vai ficar para
sempre na mente de muitas pessoas».
um relatório elaborado após a tragédia mostrou que o estádio
de heysel, na altura com 55 anos, não tinha condições para acolher uma final europeia com tantos
adeptos – ambos os clubes terão mencionado isso à uefa. o organismo que rege o
futebol europeu decidiu depois suspender durante cinco anos todos os clubes
ingleses das provas europeias. para o liverpool, o castigo prolongou-se até aos
seis anos.
na altura do incidente, del piero tinha apenas nove anos, e
estaria dar os primeiros pontapés numa bola de futebol. hoje, está a
concretizar os últimos de uma longa carreira que, por respeito, não quis
terminar no liverpool.
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