uma luta que, segundo o presidente da fifa, é algo
«formidável» para a história do futebol.
de facto, ano após ano, tanto ronaldo como messi admitem que
vão puxando um pelo outro, talvez inadvertidamente, mas sempre com resultados à
vista: 60 golos para o português na última época, e 70 para o argentino. de
recorde em recorde, ambos vão expressando em números o que, em campo, os
distancia de qualquer outro futebolista.
estilos diferentes, que atraem preferência também elas
distintas. adeptos e colegas de profissão, por todo o mundo, optam por um ou
por outro no momento de eleger o jogador que mais gostam de ver jogar. uma
escolha subjectiva, como tantas outras na vida. e para blatter, aí reside o
melhor que ronaldo e messi dão ao futebol.
«estamos perante dois homens com um jogo diferente, uma
morfologia diferente e com personalidades quiçá contrárias. isto é algo bom
para o futebol, um encontro que é formidável», resumiu, antes de explicar que
«o futebol nunca poderia ter apenas um tipo de jogador».
«imagine-se que os dois eram como messi, ou que eram os dois
como ronaldo, não funcionaria bem. são o contrário um do outro, é incrível ter
personalidades como as deles», voltou a frisar. e por fim, veio a questão da
bola de ouro.
messi venceu as últimas três edições do troféu, sempre com
ronaldo a terminar entre os três finalistas. porém, este será o ano em que o
português mais hipóteses terá de voltar a erguer um prémio que já conquistou em
2008, quando ainda vestia a camisola do manchester united.
apesar de o argentino ter terminado a época com mais golos,
o português venceu a liga espanhola, teve igual prestação, em termos de clube,
na liga dos campeões – barcelona e real madrid ficaram-se pelas meias-finais da
prova -, e já conquistou esta temporada a super taça espanhola. em selecções, a
argentina não disputou nenhuma competição, e ronaldo capitaneou portugal até às
‘meias’ do europeu. mas aqui surge andrés iniesta, o ‘outsider’ que poderá
irromper entre as duas estrelas e causar uma surpresa.
o internacional espanhol não venceu o prémio em 2010, ano em
que a espanha conquistou o mundial de futebol, e onde o médio foi autor do golo
que deu a vitória na final sobre a holanda. nesse ano, o vencedor foi messi, e
os treinadores e capitães de todas as selecções inscritas na fifa poderão ‘compensar’
o facto de iniesta não ter vencido a bola de ouro há dois anos.
«a fifa não elege o melhor. não somos nós que votamos, são
as federações que fazem a eleição, e o presidente não tem direito de veto, nem
de voto. é algo desportivo», lembrou blatter.
a única responsabilidade da fifa no processo é a lista que
vai estreitar a luta a uma lista de 23 candidatos, que será divulgada a 30 de
novembro.