é o caso, em primeiro plano, da teixeira duarte, que reduziu pela primeira vez a sua posição (de 5,3% para 2,29%), e da cgd que, forçada pela troika a desinvestir, baixou de 2,96% para 1,172%. noutro plano estão joe berardo, que terá mantido os seus 3,07%, e a edp, que deverá ter ‘segurado’ os 2,99% que detinha do final do primeiro semestre. o empresário madeirense de turismo, josé estêvão nunes, pelo contrário, assumiu 3,1%, enquanto o grupo luso-angolano interoceânico, de carlos da silva (atlântico), francisco balsemão, rui nabeiro, entre outros, reforçou para 2,94%.
entre os restantes estrangeiros, a ageas não assumiu uma posição de referência, e o sabadell terá mantido (3,97%). a sonangol, por seu turno, pouco reforçou (0,57%, segundo o diário económico, mantendo-se abaixo de 12%).
éfácil de perceber a razão que levou os portugueses teixeira duarte ou joe berardo a não reforçar. estão falidos. muitas das suas acções, de resto, foram compradas com empréstimos do próprio bcp, ou do bes ou da cgd. a edp não está falida, mas não tem liquidez para investir fortemente no seu negócio e crescer fora do país, pelo que não terá ‘ok’ dos ‘donos’ chineses para pôr dinheiro em negócios não-core.
entre os estrangeiros europeus, a razão será a mesma: falta de dinheiro. no caso da sonangol, fica por explicar por que não reforçou de forma significativa. poderia fazê-lo, porque tem dinheiro, por um lado, e porque tem autorização do banco de portugal para ir até 20%, por outro. provavelmente não reforçou porque não quis, numa altura em que angola requer fortes investimentos no plano interno.
oaumento de capital do bcp terá, assim, sido subscrito essencialmente por pequenos investidores: uns aproveitaram o preço de saldo (quatro cêntimos por acção) para entrar e fazer um ‘bom negócio’; outros, que já tinham acções, compraram barato para diluírem nas carteiras fortemente desvalorizadas.
ninguém deseja mal ao bcp, que foi e é um banco de referência no sistema português. mas não é bom que tenham sido os pequenos a ‘segurar’ o banco. o bcp tem grandes desafios pela frente e não é com pequenos accionistas, dispersos, que vai superá-los. o problema do bcp, de resto, é comum aos outros bancos portugueses: tem balcões a mais, pessoas a mais, e dinheiro a menos. em cada esquina de portugal há um banco. e os tempos já não são para isso. é pena, mas é a verdade. mais tarde ou mais cedo, todos vão ter que o assumir. o bcp, que foi inovador para o bem, poderia, talvez, ser inovador para as más notícias. haverá coragem?