Bairrada, Dão e Douro, as três fontes da Messias

As famosas Caves Messias cresceram com o vinho do Porto, mas a fama dos seus espumantes e do seu néctar já passaram fronteiras. Aqui fica uma amostra.

messias baptista fundou, em 1926, uma empresa familiar, mantendo-se à frente dela até 1973. a sede era, e ainda hoje é, na mealhada, cidade da conhecida região da bairrada, onde comprou, desde logo, a propriedade da quinta do valdoeiro. começou por fornecer aguardente para a região do douro e a sua paixão por essa zona viria a reflectir-se numa outra compra, a quinta do cachão, em ferradosa (s. joão da pesqueira), onde começou a fazer vinho do porto e vinho de mesa.

com este passo, dado durante o difícil período da guerra civil de espanha, dá-se o grande crescimento da empresa caves messias e hoje, já com os descendentes à frente do negócio, a sua facturação de 9 milhões de euros anuais deve-se, sobretudo, ao comércio do vinho do porto (60 % do total) e às exportações, principalmente para o brasil, eua e canadá, para onde escoam 70 % dos seus produtos. entretanto, no ano 2000 a messias adquiriu quatro propriedades na região do dão. destas falaremos depois, anunciando-se já que se vai fazer um branco encruzado que talvez venha a público por alturas do natal.

hoje, vamos deixar para mais tarde os espumantes e o porto, optando antes pela escolha de um branco reserva quinta do valdoeiro 2010 e de um tinto 2009 da mesma quinta, a par de outro tinto, este já da quinta do cachão e que se encontra no mercado, sob o nome de dados reserva 2008.

começando pelo branco, este é uma primeira edição de vinhos brancos para guarda. é um vinho muito delicado, com um teor alcoólico de 12,5%, muito mineral e com fruta branca. elegante na boca, revela-se muito untuoso e bem se pode dizer que é um vinho gastronómico. quanto ao quinta do valdoeiro tinto 2009 é a marca mais visível junto do consumidor. macio e de fina acidez, é bem o exemplo de um vinho da nova bairrada. guardámos para o fim o dados reserva 2008 que nos traz à boca uma grande intensidade aromática, notas de frutos vermelhos e com um final longo. ao contrário da quinta do valdoeiro, onde o solo é argiloso, no cimo corgo impera o xisto. com um teor alcoólico de 14% é também muito gastronómico e para já esperamos, com grande expectativa, a colheita de 2011 que virá para o mercado no próximo mês de novembro.l

jmoroso@netcabo.pt