Nacionalistas voltam ao poder na região do País Basco

Os nacionalistas estão de regresso ao poder na região autónoma espanhola do País Basco. Os primeiros resultados das sondagens à boca das urnas atiram a vitória para o lado de Iñigo Urkullu, líder dos nacionalistas moderados do PNV, embora seja ainda incerto se os votos reunidos serão suficientes para formar uma maioria absoluta.

em dia de eleições regionais – a galiza também foi este domingo a votos -, as atenções fixaram-se sobretudo no sufrágio basco face à leitura que daqui se poderá retirar em relação à catalunha.

em causa está o exacerbado furor independentista que as regiões nunca esconderam e, sobretudo, o referendo convocado por artur mas, líder catalão, para 25 de novembro – já considerado inconstitucional pelo executivo central.

para já, o el país avança com o nome de urkullu como o próximo lehendakari, termo basco para designar o primeiro-ministro da região. caso se confirme a vitória, os nacionalistas voltarão a formar um governo regional, três anos e meio após a vitória de patxi lópez, socialista que em agosto anunciara o fim antecipado do seu mandato.

resta agora averiguar se o pnv reunirá votos suficientes para coleccionar uma maioria absoluta nos 75 assentos do parlamento basco. o diário espanhol fala num número entre os 24 e 27 mandatos – menos do que os 30 que reuniu em 2009, data da sua última vitória eleitoral.

o segundo partido mais votado deverá ser a euskal herria (eh) bildu, uma coligação de esquerda de matriz independentista e separatista, cuja ascensão impossibilitará, politicamente, uma eventual união parlamentar com o pse (socialistas) e pp (populares), que poderia destronar o pnv em número de mandatos.

o el mundo aponta mesmo que o eh bildu poderá até acabar com apenas um mandato a menos que o pnv, e que, no seu conjunto, os dois partidos independentistas somarão mais de 50 representantes no parlamento basco – entre 24 e 27 deputados para urkullu, e de 23 a 26 para laura mintegi, líder da coligação de esquerda.

iñigo urkullu estará assim prestes a assumir as rédeas da região autónoma espanhola que, historicamente, nunca escondeu a sua faceta separatista.

no derradeiro dia de campanha, o líder nacionalista chegou mesmo a sublinhar que, sob a sua liderança, a região se situaria na mesma linha ideológica que a catalunha e a escócia – território britânico a quem, na passada segunda-feira passada, o governo de david cameron autorizou a realização de um referendo à independência até ao fim de 2014.

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